O presidente da Neoenergia, Mario José Ruiz-Tagle Larrain, afirmou que os 400 MW de projetos eólicos “greenfield” adquiridos recentemente da PEC Energia devem ter as obras iniciadas entre 2023 e 2024. “Esses 400 MW adicionais entrarão no pipeline para começar as obras entre 2023 e 2024”, afirmou o executivo, que participa neste momento de um evento sobre fontes renováveis de energia.
Atualmente, a Neoenergia está construindo 1,037 mil MW de capacidade instalada de usinas eólicas no Brasil, sendo 471,2 MW na Paraíba e 566,5 MW entre Piauí e Bahia, com energia comercializada tanto no mercado regulado das distribuidoras quanto no ambiente de contratação livre. Os projetos adquiridos da PEC estão localizados na Serra da Gameleira, na Bahia, e compreendem área total de aproximadamente 7.800 hectares.
Como uma das principais investidoras em renováveis no Brasil, a Neoenergia viu como um movimento positivo a proposta do governo federal de retirar os subsídios para essas fontes na Medida Provisória 998. Para o executivo, os descontos nas tarifas de uso de transmissão (TUST) e distribuição (TUSD) foram importantes para ajudar na expansão das usinas eólicas e solares, contribuindo para a expressiva redução do preço da energia destas fontes nos últimos anos.
Contudo, dado o grau da competitividade de ambas as fontes, o presidente da Neoenergia reconheceu que os subsídios já não são mais necessários no País. “Os subsídios foram positivos, mas o Brasil desenvolveu uma indústria nacional em toda a cadeia de suprimento de equipamentos”, justificou.
A retirada dos subsídios também tem a vantagem de tornar mais claros os custos do setor e a precificação da energia. Ruiz-Tagle Larrain ponderou que o governo brasileiro precisa ser capaz de garantir que o preço mais baixo da energia se reflita nas tarifas da conta de luz, que estão elevadas. “As tarifas carregam muitos impostos”, afirmou.
Por Wellington Bahnemann
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