Categories: Internacional

Biden diz que Irlanda do Norte não pode ter dano com Brexit e põe acordo em xeque

A imprensa britânica repercutiu pesadamente o tuíte do candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, dizendo que um acordo comercial do seu país com o Reino Unido depende do respeito continuado pelo processo de paz da Irlanda do Norte. “Não podemos permitir que o Acordo da Sexta-Feira Santa, que trouxe paz à Irlanda do Norte, se torne uma vítima da Brexit”, escreveu, citando o processo de separação dos britânicos da União Europeia (UE). “Qualquer acordo comercial entre os EUA e o Reino Unido deve estar condicionado ao respeito pelo acordo e evitar o retorno de uma fronteira rígida. Ponto.”

As mensagens foram vistas como um aviso a Boris Johnson, que está prestes a violar a lei internacional ao mudar de postura sobre o divórcio unilateralmente. Na semana passada, ele enviou ao Parlamento britânico um projeto de lei que, entre outros pontos, mantém a Irlanda do Norte (que fica em uma ilha separada da Grã Bretanha e tem fronteira terrestre com a República da Irlanda, membro da UE) sob o domínio de Londres.

Biden também escreveu uma carta assinada em conjunto com quatro membros do Congresso americano em que exorta Johnson a “abandonar todo e qualquer esforço legalmente questionável e injusto”. Ficou claro que, se vencer a eleição de novembro, a costura de um acordo comercial entre Reino Unido e Estados Unidos poderá sofrer mais atritos do que na gestão atual de Donald Trump, candidato à reeleição. No entanto, as negociações sobre o futuro comércio bilateral entre os dois países estão em banho-maria neste momento devido ao processo eleitoral.

O posicionamento de Biden na rede social foi feito justamente no dia em que Johnson enviou a Washington seu ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab, com a tarefa de tranquilizar os aliados. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que as negociações comerciais com os britânicos estão progredindo bem e que via o país como um parceiro confiável. Além de serem um aliado histórico, os Estados Unidos são os maiores compradores de produtos britânicos depois da UE.

Por Célia Froufe, correspondente

Estadão Conteúdo

Recent Posts

ABBC diz que redução no teto do consignado INSS prejudica bancos de menor porte

A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) afirma que as reduções do teto dos juros do…

13 horas ago

Governo enviará MP para flexibilizar lei de licitações em casos de calamidade, diz ministra

A ministra da Gestão, Esther Dweck, anunciou que o governo federal enviará uma Medida Provisória…

13 horas ago

AGU parabeniza 3 Poderes por ‘alto nível de diálogo interinstitucional’ sobre desoneração

O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, comemorou na rede social X (antigo…

13 horas ago

Consulta pública para projeto rodoviário da Nova Raposo recebe quase 2 mil contribuições

A consulta pública do projeto da rodovia Nova Raposo, em São Paulo, contou ao todo…

14 horas ago

Susep suspende por 30 dias prazos de processos sancionadores para seguradoras do RS

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) aumentou prazos e suspendeu entregas de materiais regulatórios para…

14 horas ago

Febraban: doações de associados para socorro ao Rio Grande do Sul chegam a R$ 145 mi

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e bancos associados à entidade já doaram R$ 144,6…

14 horas ago