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Índia passa marca de 4 milhões de infectados

Com crescimento acelerado dos contágios, a Índia ultrapassou ontem 4 milhões de casos de covid-19. A marca, segundo a imprensa indiana, foi superada com base nos números atualizados dos Estados e deve constar no boletim de hoje do Ministério da Saúde.

A Índia registrou ontem 87 mil novos casos de covid-19, ultrapassando a marca de 80 mil novos casos pelo terceiro dia seguido. A esse ritmo, o país deve ultrapassar o Brasil em breve e se tornar o segundo país do mundo com mais casos de coronavírus, perdendo apenas para os EUA, que têm 6,4 milhões de contaminados.

Apesar do avanço no número de novos casos, a Índia registrou cerca de 70 mil mortos em decorrência da covid-19, bem menos que os 125 mil do Brasil e os 190 mil dos EUA. Diante de uma economia fragilizada pelos meses de isolamento social – e mesmo com números pouco animadores -, os indianos debatem agora a possibilidade de reabertura da economia.

O ritmo do crescimento, no entanto, parece colocar a Índia em uma posição difícil. Enquanto o Brasil conseguiu reduzir o número de infecções nos últimos tempos, os indianos estão no topo da lista de países com o maior número de casos diários por quase um mês, segundo levantamento da agência de notícias Reuters.

Especialistas afirmam que a pandemia ainda não atingiu seu pico na Índia, o que aumenta o temor de que a segunda nação mais populosa do mundo possa ser a mais atingida, ultrapassando os EUA em dois meses.

Apesar do cenário sombrio da pandemia, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, vem pressionando por uma reabertura para evitar o agravamento da crise econômica em um país marcado pela informalidade.

A Índia teve o pior desempenho entre as economias globais para o trimestre de abril a junho e sofreu uma contração recorde de 23,9%, o que aumenta ainda mais a necessidade de retomada dos setores produtivos. A crise econômica provocada pela pandemia deixou mais de 100 milhões de desempregados.

A mudança de posição de Modi fica evidente observando as medidas adotadas por seu governo. Em março, o primeiro-ministro anunciou uma das mais rígidas quarentenas do mundo, quando o país registrava pouco mais de 500 casos. Segundo ele, ficar dentro de casa por 21 dias seria necessário para “quebrar a cadeia de infecção”. Modi manifestou a confiança de que a Índia “sairia vitoriosa” da pandemia.

A quarentena de Modi provocou um desastre. Com a paralisação da economia, muitos indianos ficaram sem emprego e migraram em massa das grandes cidades de volta para o interior do país, levando junto o vírus.

Em maio, o governo de Modi iniciou a flexibilização com o discurso de que o vírus “permanecerá como parte de nossas vidas por muito tempo”. As restrições foram reduzidas e grande parte das decisões passou a ser tomada pelos Estados de forma individual.

Na Índia, a desnutrição já é uma ameaça à vida, mas as Nações Unidas afirmam que a pandemia está agravando o quadro. A Oxfam, entidade internacional que busca soluções para a pobreza, diz que até 12 mil pessoas podem morrer de fome todos os dias em razão das restrições relacionadas ao coronavírus na Índia. O governo diz que está gastando US$ 20 bilhões na distribuição de arroz, trigo e lentilha para 800 milhões de pessoas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão Conteúdo

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