A Rússia irá conceder o registro para a primeira vacina contra o novo coronavírus no dia 12 de agosto. O anúncio foi feito pelo vice-ministro da Saúde do país, Oleg Gridnev, nesta sexta, 7. Profissionais de saúde e idosos terão prioridade na imunização.
O Instituto Gamaleya de Epidemiologia e Microbiologia, localizado em Moscou, está trabalhando em uma vacina baseada em tipo de vírus chamado adenovírus. Nesta tecnologia, parte do vírus é coletada e modificada geneticamente para produzir proteínas do coronavírus.
“O registro da vacina desenvolvida no Gamaleya Center ocorrerá em 12 de agosto. Agora, o último estágio, o terceiro, está em andamento. Esta parte do teste é extremamente importante. Temos que entender que a vacina em si deve ser segura”, disse Gridnev.
Na semana passada, Tatiana Golikova, vice-primeira-ministra da Rússia, afirmou que o imunizante teria registro com a condição de “outro ensaio clínico para 1.600 pessoas ser realizado” em seguida.
O ministro da Saúde da Rússia, Mikhail Murashko, anunciou que o programa do governo de vacinação em massa está previsto para começar em outubro.
A velocidade dos ensaios clínicos e a falta de transparência na divulgação dos resultados geram dúvidas dos especialistas. Natalia Pasternak, pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP e presidente do Instituto Questão de Ciência, lembra que as pesquisas russas não foram divulgadas em nenhuma publicação científica.
“A fabricação de uma vacina é um processo lento, que já está sendo acelerado. É um processo que leva mais ou menos oito anos. Estamos tentando fazer em dois anos. Agora, a Rússia divulga um estudo concluído em seis meses. Não dá tempo. Não há como eles terem feito isso e testado em fase 3, como as outras que estão sendo testadas no Brasil”, compara a especialista.
A vacina Coronavac, parceria do Instituto Butantã com a empresa chinesa Sinovac Biotech e que está sendo testada em voluntários brasileiros, vai precisar de 90 dias para concluir a fase 3.
Depois dos testes laboratoriais e pré-clínicos, feitos com animais, as vacinas passam por mais três etapas de testes em seres humanos. A primeira avalia a segurança em 20 a 80 voluntários, geralmente adultos saudáveis. A segunda aprofunda as análises, observando os efeitos em centenas de pessoas. Na última etapa, ela testa a segurança e eficácia em milhares de indivíduos. É a etapa decisiva, pois produz evidências sobre o seu uso contínuo.
Em abril, o presidente russo, Vladimir Putin, instruiu o governo a tomar decisões destinadas a simplificar e encurtar o prazo para os ensaios clínicos e pré-clínicos.
Em maio, a Associação de Organizadores de Pesquisas Clínicas criticou a Rússia logo que se descobriu que os cientistas do Instituto Gamaleya haviam se inoculado com algumas doses quando a vacina ainda estava em fase de testes em animais.
Por Redação O Estado de S. Paulo
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