Israel registrou na quarta-feira, 1º, o maior número de infecções diárias pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, com 859 casos em 24 horas. O Ministério da Saúde enviou uma lista de cidades e vilas ao governo do primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, que deveriam entrar em lockdown.
Após mais de dois meses de uma rápida flexibilização nas restrições sociais, o governo de Israel voltou atrás esta semana e implementou medidas que limitam a maioria das aglomerações públicas a um máximo de 50 pessoas, embora ainda resista em adotar as recomendação de especialistas e de profissionais da saúde para tomar decisões mais drásticas para interromper a segunda onda do vírus.
Durante entrevista à uma rádio estatal, Tzachi Hanegbi, chefe de gabinete de Netanyahu, disse ontem que 99% do que o governo faz não está relacionado com o coronavírus. A afirmação foi feita após uma declaração do ministro da Defesa, Benny Gantz, que havia indicado que a anexação de territórios na Cisjordânia era menos urgente do que lidar com a pandemia.
As declarações de Gantz são relevantes, uma vez que o governo de coalizão entre ele e Netanyahu foi formado como um “governo de emergência” para lidar com a crise sanitária. Com a popularidade em queda, Gantz luta para se manter relevante e, por isso, tem buscado uma posição mais agressiva com relação ao premiê.
No momento, o número de novas infecções não se refletiu em um grande aumento do número de mortos. O número total de infectados em Israel chega a 25,5 mil, dos quais pouco mais de 8 mil apresentam sinais da doença e apenas 56 permanecem internados em estado grave.
Autoridades palestinas na Cisjordânia anunciaram ontem que o território permanecerá em confinamento durante cinco dias em razão de uma grande alta dos contágio. “A partir de sexta-feira (hoje), todas as partes da Cisjordânia, cidades e aldeias, ficarão fechadas por um período de cinco dias”, declarou Ibrahim Melhem, porta-voz do governo palestino. Apenas farmácias, padarias e supermercados estão autorizadas a abrir.
O número de casos de covid-19 duplicou em uma semana nos territórios palestinos, chegando a 2.636 ontem, em comparação aos 1.256 da semana anterior. As autoridades tinham ordenado, na semana passada, o confinamento temporário das cidades de Nablus, Hebron e Belém para combater a propagação do vírus.
Planos
O ministro de Energia, Yuval Steinitz, disse que a anexação israelense de parte da Cisjordânia ocupada – que deveria começar ontem – pode demorar semanas. Netanyahu confirmou que ainda negocia com os planos com os EUA, principal aliado de Israel.
Fontes do governo israelense disseram ontem que os preparativos do governo estão atrasados. Não há um plano diplomático para explicar a anexação e medidas de segurança ainda precisam ser adotadas. Líderes dos assentamentos disseram que, se a anexação não acontecer em julho, Israel perderá a janela de oportunidade – principalmente se houver uma troca na presidência dos EUA, em novembro. (Com agências internacionais)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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