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Juiz libera livro de ex-conselheiro da Casa Branca

Um juiz federal negou neste sábado (20) o pedido do governo de Donald Trump para impedir a comercialização do livro de John Bolton, ex-conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca. Segundo Royce Lamberth, magistrado do Tribunal Distrital dos EUA, a publicação já havia sido “impressa, encadernada e enviada para todo o país”.

Logo após a divulgação da decisão, Trump recorreu ao Twitter para ameaçar seu ex-conselheiro. “Bolton violou a lei e foi convocado e repreendido por isso, com um preço muito alto a pagar”, tuitou. O presidente alega que seu ex-assessor colocou em risco a segurança nacional dos EUA ao incluir material confidencial no livro.

Em seu livro The Room Where It Happened (“A Sala Onde Tudo Aconteceu”, em tradução livre), que será lançado na terça-feira, o ex-conselheiro de Segurança Nacional retrata um presidente mal assessorado, fascinado por autocratas e obcecado por sua reeleição, mesmo correndo o risco de colocar os EUA em perigo.

Trechos do livro foram divulgados nos jornais Wall Street Journal, Washington Post e New York Times. Neles, Bolton cita conversas nas quais Trump demonstrou um “comportamento inaceitável que afetou a legitimidade da presidência”.

Entre as revelações está um pedido de ajuda feito por Trump ao presidente chinês, Xi Jinping, para vencer a eleição de novembro. A conversa teria acontecido durante a cúpula do G-20, em Osaka, no Japão, em junho de 2019. De acordo com o ex-conselheiro, o presidente teria pedido que Xi comprasse produtos agrícolas americanos para que ele pudesse vencer a eleição em Estados-chave dos EUA.

Quem teve acesso à íntegra afirma que o livro é um retrato sombrio de um presidente ignorante e suscetível a elogios feitos por líderes autoritários que o manipulam facilmente. Segundo Bolton, Trump não sabia, por exemplo, que o Reino Unido tinha armas nucleares e perguntou, certa vez, se a Finlândia fazia parte da Rússia.

Ele diz também que os EUA estiveram mais perto do que se imagina de sair da Otan e cita um bilhete constrangedor do secretário de Estado, Mike Pompeo. Em 2018, durante reunião com Kim Jong-un, Pompeo teria escrito para Bolton uma mensagem criticando Trump. “Ele só fala bobagem”, dizia o bilhete. (Com agências internacionais).

Por Redação

Estadão Conteúdo

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