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Washington tem maior protesto contra racismo e brutalidade policial

Milhares de manifestantes se reuniram em Washington e outras cidades dos Estados Unidos neste sábado contra o racismo e exigindo reformas no sistema de Justiça americano, após George Floyd ter morrido durante ação da polícia de Minneapolis. Foi o nono dia de protestos na capital americana e o maior desde a morte de Floyd, segundo autoridades locais.

Os manifestantes se reuniram perto da Casa Branca, em frente a um prédio do Senado e em outros locais, como o Lincoln Memorial; muitos correram também para o recém-nomeado Black Lives Matter Plaza, onde a frase foi pintada de amarelo em letras gigantescas. A prefeita do distrito de Columbia, Muriel Bowser, participou das manifestações no local. Restaurantes, bares, prédios comerciais e outros estabelecimentos comerciais abriam suas portas para manifestantes, oferecendo banheiros, água e lanches.

Os protestos se estenderam até o fim do dia em diversos pontos da capital dos EUA, em dados momentos em tom festivo, com música e food trucks nas ruas. No início da noite, muitas pessoas se dirigiram ao Trump International Hotel, na avenida Pennsylvania, em frente a uma fila de policiais, mas não foram reportados confrontos. Um dos organizadores, Ty Hobson-Powell, disse que o clima dos protestos mudou ao longo dos últimos nove dias. “Nos primeiros dias, eu vinha com leite na mochila e toalhas, por causa do gás lacrimogêneo. Agora, trago água para sobreviver ao dia e me manter hidratado”, disse ele.

Manifestações ocorreram também durante todo o dia em outras cidades do país. Em Nova York, pessoas marcharam pelo Brooklyn agitando pôsteres caseiros e cantando “esta é a nossa revolução” e “nossas ruas”. Manifestantes foram às ruas também em Los Angeles, São Francisco, Minneapolis, Filadélfia, Boston e Raeford, a pequena cidade onde Floyd nasceu. Até o início da noite, a polícia não havia prendido ninguém, segundo as autoridades.

Desde ontem, cerca de 4.700 membros da Guarda Nacional de 11 Estados americanos estão apoiando a “missão de inquietação civil de DC”, de acordo com informações da corporação. Outros 1 mil membros da Guarda do Distrito de Columbia estão de plantão. Na sexta-feira, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, pediu à polícia estadual que pare de usar a prática de estrangulamento. Já em Nova York, dois policiais foram acusados de agressão no sábado, após terem ferido, na noite de quinta-feira, um manifestante de 75 anos.

De dentro da Casa Branca e cercado por barricadas recém instaladas, o presidente Donald Trump comentou sobre os protestos na noite de sábado. “Lei e ordem”, disse ele um de seus posts no Twitter. “Uma multidão bem menor em D.C. (Washington) do que a esperada”, afirmou em outra postagem. “A Guarda Nacional, o Serviço Secreto e a Polícia de D.C. têm feito um trabalho fantástico. Obrigado!”, continuou.

O corpo do Floyd parou em Raeford para uma exibição pública e depois seguiu para Houston, onde ele morava antes de se mudar para Minneapolis. Um velório público deve ocorrer nesta segunda-feira e o funeral, privado, está marcado para a terça-feira. Floyd, um negro de 46 anos, foi morto em 25 de maio depois que policiais o prenderam por supostamente tentar passar uma nota falsificada de US$ 20. O vídeo que circulou amplamente nas mídias sociais mostrou um policial branco, Derek Chauvin, com o joelho no pescoço de Floyd, enquanto este dizia que não conseguia respirar. Fonte: Dow Jones Newswires.

Por AE

Estadão Conteúdo

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