O dólar voltou a disparar nesta quarta-feira, 01, e fechou o dia com um novo recorde nominal, quando não se considera a inflação. A moeda terminou sendo negociada a R$ 5,26, uma alta de 1,27%. O mau humor também atingiu a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, que encerrou o pregão com queda de 2,81% aos 70.966,70 pontos.
Desde a parte da manhã, a moeda americana não deu sinais de alívio. O dólar já abriu as negociações desta quarta em forte alta, de 1%, cotado a R$ 5,24. Pouco tempo depois, ele bateu novo recorde nominal para uma cotação diária, ao bater em R$ 5,27. O real tem sido depreciado nas últimas semanas frente às moedas de maior força.
A situação foi parecida com a Bolsa brasileira. Nesta quarta, a B3 já abriu as negociações do dia em forte queda, superior a 4% – o que a fez perder temporariamente o patamar dos 70 mil pontos e voltar para a casa dos 69 mil pontos.
Para se ter uma ideia, neste mês de março de 2020, em meio ao caos econômico que o mundo se encontra por conta da pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19, tanto dólar (moeda dos Estados Unidos) e euro (moeda da União Europeia) ultrapassaram, pela primeira vez, desde o início do Plano Real, em 1994, o patamar de R$ 5. Ambas as moedas têm valorização superior a 25% neste ano. No caso do dólar, 29%, e, para o euro, 26%.
O mês de abril começa com pessimismo nos mercados internacionais diante do avanço do coronavírus em mais de 200 países e incerteza sobre o tamanho da recessão que o mundo enfrentará. As bolsas operam em queda de mais de 3% na Europa e de 2% em Nova York, enquanto o petróleo Brent derrete mais de 3%, o que deve pesar nos negócios locais.
Isso acontece após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, projetar que haverá, ao menos, 100 mil mortes no país por conta do novo coronavírus, causador da covid-19. No mundo, são mais de 42 mil mortes e o 860 mil infectados. No Brasil, são quase 6 mil casos de pessoas infectadas e 202 mortos.
Na terça-feira (31), o dólar à vista subiu para R$ 5,19, o Ibovespa caiu aos 73 mil pontos, enquanto os juros futuros cederam e já refletem uma chance levemente maior de corte de 50 pontos-base da Selic em maio diante da fragilidade da economia. A produção industrial de fevereiro, que sai nesta quarta, deve mostrar queda mesmo antes dos impactos do coronavírus. / LUCIANA XAVIER, SILVANA ROCHA, SERGIO CALDAS E FELIPE SIQUEIRA
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