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Bolsa fecha em baixa de 2,81%, em ajuste negativo pelo 2º dia

O Ibovespa fechou nesta quarta-feira, 1º de abril, em baixa pelo segundo dia, embora com perdas mais moderadas do que as observadas em Nova York, chegando nesta data, nas mínimas da sessão, a cair abaixo da linha de 70 mil pontos, considerada relevante após a recuperação ensaiada na semana passada. O principal índice da B3 encerrou o dia em queda de 2,81%, aos 70.966,70 pontos, na sequência de uma perda de 2,17%, na terça, e de um ganho de 1,65% na segunda-feira – em Nova York, os três índices de referência tiveram perdas na casa de 4,4% na sessão.

Na semana, o Ibovespa cede 3,35% e, no ano, perde agora 38,63%, após ter encerrado o pior trimestre de que se tem registro na B3.

Nesta primeira sessão de abril, o giro financeiro foi de R$ 21,8 bilhões, com o índice tendo oscilado entre mínima de 69.568,56 e máxima de 73.010,78 pontos.

Na ponta positiva do Ibovespa, destaque para as empresas de proteína animal JBS (+7,03%), Marfrig (+3,95%) e BRF (+3,45%), assim como para a Suzano (+4,44%), em dia de salto do dólar, negociado a R$ 5,2628 no fechamento, em alta de 1,27%. Mais punido pela crise global em torno do novo coronavírus, o setor de viagens e turismo voltou a liderar as perdas, com Azul em baixa de 15,38%, CVC, de 15,32%, e Gol, de 12,23% na sessão.

Entre as blue chips, Petrobras PN subiu 2,22% e a ON, 0,50%, enquanto Vale ON avançou 0,35%. O segmento de bancos teve desempenho negativo na sessão, com Bradesco PN em baixa de 4,38%, a unit do Santander em queda de 7,24%, Itaú Unibanco PN, de 7,28%, e Banco do Brasil ON, de 4,23%.

O rebalançamento de carteiras de grandes fundos, inclusive de pensão, que costuma ocorrer no período final de cada trimestre, contribuiu para que a semana passada tivesse uma diminuição de volatilidade e uma recuperação, ainda que parcial, nos preços dos ativos. Mas, com o longo mês de abril agora pela frente, muitas questões cruciais permanecem em aberto, dificultando a orientação dos investidores, seja sobre a curva da doença, especialmente nos EUA e no Brasil, seja sobre a eficácia das medidas de proteção, ainda em fase de lenta implementação aqui, na saúde como na economia – iniciativas que serão decisivas para dimensionar a extensão e a intensidade do isolamento social.

“No mercado, tem muita gente contando com uma volta à vida normal em junho, mas isso depende de uma série de medidas que ainda estão por ser adotadas e que precisarão ocorrer de forma eficiente para que se possa ter uma transição para um isolamento mais seletivo”, diz Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura, chamando atenção para muitas indefinições sobre o que será feito, em razão da falta de uma “estratégia geral”, o que se reflete em lenta reação do governo federal na passagem da retórica para a prática. “Não dá para saber ainda o que será o segundo semestre. O mercado não está precificando o risco que estamos correndo”, acrescenta o economista, referindo-se à necessidade de uma coordenação muito eficiente de “recursos humanos, materiais e financeiros” no enfrentamento de uma situação complexa, ainda em evolução. Na avaliação de Silveira, os três primeiros trimestres do ano estão comprometidos, e o quarto será melhor do que os anteriores se houver “gerenciamento da situação”.

Por Luís Eduardo Leal

Estadão Conteúdo

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