As medidas de distanciamento social na Argentina foram prorrogadas até o dia 12 de abril para tentar combater o coronavírus. Inicialmente, estavam programadas para se encerrar nesta terça-feira, 31). O presidente Alberto Fernández anunciou no domingo, 29, a ampliação do período de quarentena obrigatória.
O governo reafirmou que a medida de isolamento cumpre com o objetivo de atenuar a propagação do novo coronavírus, que desde o início de março deixou ao menos 820 infectados e 20 mortos no país.
“A decisão que adotamos é prolongar a quarentena até o dia em que termina a Semana Santa”, disse Fernández. “Por recomendação dos especialistas, vamos seguir controlando a transmissão da covid-19.”
A Argentina completou 11º dias de confinamento que afeta 90% da população, segundo o presidente. Ele disse que o governo levou “ao pé da letra” a recomendação de um comitê formado por médicos, sanitaristas e epidemiologistas.
Quarentena
A Argentina fechou suas fronteiras e somente atividades essenciais são permitidas em seu território, como produção e venda de alimentos, produtos de limpeza e medicamentos, além de serviços de saúde e segurança, entre algumas outras, exercidas por 10% da população.
Ninguém pode circular em veículos sem permissão especial e os cidadãos só podem deixar suas casas para comprar alimentos ou remédios em locais próximos.
“Um número baixo de pessoas não cumpriu (o isolamento) e, como alertamos, terminaram pagando com processos penais”, afirmou o presidente. “Não temos que cair no falso dilema da saúde ou economia.”
Em uma nação de 44 milhões de habitantes, o isolamento provocou uma desaceleração da atividade econômica, com um duro impacto na sociedade, o que o governo tentou atenuar nos últimos 10 dias com valores milionários de subsídios, salários adicionais e créditos.
Medidas sociais
Enquanto isso, para aliviar a paralisia e o sofrimento econômico de muitos argentinos, o presidente decretou no domingo a suspensão dos despejos por 180 dias e a proibição do aumento no valor de aluguéis e parcelas de empréstimos hipotecários.
“É uma guerra contra um exército invisível que nos ataca em lugares onde às vezes não o esperamos. É chocante a velocidade com que o vírus cresce. Com a quarentena, procuramos tempo para nos preparar e fornecer suprimentos”, justificou.
Ao destacar que o modelo escolhido pela Argentina foi elogiado por organizações internacionais, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o presidente afirmou que a luta contra a pandemia deve resultar “em um ensinamento de que a humanidade não deve ser tão infeliz e tão egoísta com os que foram esquecidos para o desenvolvimento”. (Com agências internacionais).
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