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Reino Unido convoca embaixador iraniano após prisão de embaixador britânico

O Reino Unido convocará o embaixador iraniano em Londres para pedir desculpas pela prisão de embaixador britânico em Teerã, Rob Macaire, segundo informou ao Parlamento nesta segunda-feira, 13, o ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab. “Em resposta, hoje convocaremos o embaixador iraniano para pedir desculpas e buscar garantias completas de que isso não acontecerá novamente”, disse ele, acrescentando que as medidas de segurança da Embaixada no país foram reforçadas. Protestos têm acontecido após o governo iraniano admitir que sua Guarda Revolucionária abateu um avião comercial ucraniano por engano, matando todos os 176 a bordo.

Segundo o governo britânico, o embaixador participou de uma vigília pública para prestar homenagem às vítimas do voo 752 no dia 11 de janeiro. Ele teria deixado o local quando começou a haver sinais de que a vigília poderia se transformar em um protesto. “Deixe-me ser muito claro sobre isso. Ele não estava participando ou gravando um protesto ou demonstração política. Sua prisão no final daquele dia, sem fundamento ou explicação, foi uma flagrante violação do direito internacional”, criticou Raab, enfatizando que o diplomata foi detido de maneira ilegal por três horas. A mídia iraniana afirmou que Macaire foi preso do lado de fora de uma universidade.

O ministro aproveitou o momento para reforçar a orientação sobre viagens ao país. “Atualmente recomendamos que os cidadãos britânicos não viajem para o Irã ou façam voos para, a partir ou dentro do Irã”, disse. Além da convocação direta, o governo britânico está tomando outras ações na área diplomática, de acordo com Raab. “Congratulamo-nos com o apoio internacional esmagador ao Embaixador de Sua Majestade no Irã e os direitos aos quais todos os diplomatas têm sob a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas”, enfatizou.

Raab voltou a dizer, agora ao Parlamento, que o regime em Teerã está numa encruzilhada e pode deslizar cada vez mais para o isolamento político e econômico. “Mas existe uma alternativa e o regime tem uma escolha. A porta diplomática permanece aberta.”

Ontem, o Irã convocou Macaire para explicar sua presença no protesto contra o governo local. Pelo Twitter, ele se defendeu das acusações de Teerã. “Posso garantir que não participei de nenhuma manifestação. Fui a um evento anunciado como uma vigília para as vítimas da tragédia envolvendo a queda do avião”, afirmou, na rede social. “É normal querer prestar homenagem – algumas das vítimas eram britânicas. Saí após 5 minutos, quando alguns começaram a cantar”, completou.

Por Célia Froufe, correspondente

Estadão Conteúdo

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