O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a afirmar nesta terça-feira, 28, que as medidas microeconômicas adotadas pela instituição representam uma “incerteza adicional” na condução da política monetária, pois é difícil estimar os efeitos dessas ações nos canais de transmissão do crédito, o “timing” e o “gap”.
Campos Neto participou de evento do Credit Suisse e deu essa declaração após começar bate-papo com o presidente do conselho de administração da instituição e ex-presidente do BC, Ilan Goldfajn, que escolheu a relação entre medidas microeconômicas e canais de transmissão como a primeira pergunta a ser feita.
O atual presidente do BC disse que esse tema foi muito debatido nas duas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e foi tomada a decisão de incluir essa discussão na linguagem dos dirigentes. “Decidimos começar a falar sobre os canais de transmissão, pois a política monetária tem um ‘lag’ e um efeito que levam um tempo”, destacou.
O presidente do BC listou algumas das medidas microeconômicas já tomadas e disse que “há outras pela frente” a serem adotadas. “Então, entendemos que o efeito dessas medidas nos canais de transmissão será muito mais intenso”, disse. “Precisamos colocar o máximo de potência possível (na política monetária)”, afirmou também.
Ele reiterou nesta terça-feira que o efeito de medidas microeconômicas nos canais de transmissão não começou agora, mas sim com as ações tomadas na gestão de Ilan Goldfajn e com as mudanças na Taxa de Longo Prazo (TLP).
Por André Ítalo Rocha e Bárbara Nascimento
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