A agência de classificação de risco Fitch atribuiu rating BB à emissão de notas seniores da BRF. De acordo com os analistas, a a nota reflete a resiliência do negócio da companhia brasileira devido a sua diversificação geográfica e oferta de produtos, além de sua “sonora liquidez”.
Os recursos captados serão aplicados pela BRF no repagamento de dívidas e para propósitos corporativos gerais. A alavancagem da companhia, aliás, deve ficar “relativamente inalterada” em 2020 mesmo com a pandemia, de acordo com a Fitch. O cálculo é de que a relação dívida líquida/Ebitda da empresa de proteína e alimentos processados ficará em 3,8 vezes neste ano, ante 3,9 vezes em 2019. A geração de caixa livre para a empresa deve chegar a R$ 1,5 bilhão.
Por outro lado, a casa destaca que a BRF teve custos diretos e indiretos relacionados à pandemia de R$ 247 milhões no primeiro semestre, com maiores despesas com pessoal, prevenção, logística e doações. Ainda assim, a resiliência do setor de alimentos, com os preços altos ao consumidor aliados a fortes volumes, devem elevar o Ebitda ajustado da dona das marcas Sadia e Perdigão de R$ 3,7 bilhões para R$ 4,2 bilhões neste ano.
A alta de volumes deve acontecer mesmo com a queda do consumo pelo chamado food service, ou seja, estabelecimentos como bares e restaurantes, impactados pela pandemia. “Os hábitos do consumidor mudaram, com mais cozimento de alimentos e refeições em casa. Pequenos e grandes varejistas absorveram o declínio no food service.”
Por Matheus Piovesana
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