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Protesto antirracismo no Rio termina pacífico com gritos contra Bolsonaro

Uma multidão, a maioria vestida de preto e usando máscaras de proteção contra o Covid, tomou na tarde deste domingo uma das pistas da Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio de Janeiro, para protestar contra o racismo e a violência policial nas favelas da cidade. “Eu tô de preto, de favelado, que todo dia na favela é assassinado”, era um dos principais gritos de guerra durante o trajeto aberto pela faixa “As mães negras não aguentam mais chorar”.

O ato homenageou menores mortos nas favelas por policiais, como Ágatha Félix, no ano passado; João Pedro, morto este ano; Marcos Vinícius, em 2018; e Maria Eduarda, em 2019, além de lembrar o assassinato até hoje sem esclarecimento da vereadora Marielle Franco, há dois anos.

Organizados e gritando palavras de ordem durante todo o tempo, a manifestação não registrou nenhum contratempo significativo, apesar do grande número de policiais cercando a passeata por todo o trajeto e revistando os participantes constantemente, como não costuma ocorrer em outros protestos na cidade.

Apenas a presença de uma bandeira de um partido político rendeu um princípio de tensão no evento, mas foi logo resolvido sem maiores consequências, além de uma questão interna se iriam se ajoelhar ou não em protesto, como nos atos nos Estados Unidos, o que causou divergências. “Não vamos nos ajoelhar para o Estado”, bradavam os contrários ao ato copiado de outros manifestos.

Não faltou, entretanto, entre os cartazes, a frase “I can’t breathe”, dita pelo norte-americano preto George Floyd, assassinado nos Estados Unidos por um policial no final do ano passado.
Por volta das 16h, todos deitaram no chão simulando corpos mortos por policiais e gritaram a frase que ficou marcada nos protestos de todo mundo, “Vidas negras importam”.

Pelo Instagram, o Instituto Marielle Franco transmitiu a manifestação, que lembrava a todo momento a vereadora assassinada em 2018: “Marielle perguntou, eu também vou perguntar, quantos mais vão ter que morrer para essa guerra acabar”, era uma das palavras de ordem puxada durante a caminhada, que partiu do monumento ao líder preto Zumbi até a Igreja da Candelária.

Fora Bolsonaro

Críticas ao presidente Jair Bolsonaro também não faltaram e tiveram reforço por toda a cidade, com manifestações nas janelas de quem não foi à manifestação do Centro. Muitas panelas foram ouvidas nos bairros do Flamengo, Laranjeiras, Jardim Botânico, Santa Teresa e Grajaú, entre outros. O protesto foi convocado pelas redes sociais em protesto contra o presidente.

“Doutor, eu não me engano, o Bolsonaro é miliciano”, cantaram algumas vezes os manifestantes durante a caminhada e vários cartazes pediam a saída de Bolsonaro da presidência.

O ato terminou há pouco, com os manifestantes sendo acompanhados durante toda a dispersão até a entrada do metrô.

Por Denise Luna

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