Ontem os mercados recuperaram boa parte das perdas da segunda-feira (9), animados pelas medidas de estímulo anunciadas pelo governo dos Estados Unidos. Na terça-feira (9), Donald Trump, o presidente americano, anunciou que o governo poderia reduzir os impostos sobre a folha de pagamentos e propor uma elevação da remuneração mínima para os trabalhadores. Mais tarde, Stephen Mnuchin, secretário do Tesouro, acrescentou que o governo também poderia propor ao Congresso medidas para beneficiar as pequenas e médias empresas. No entanto, a falta de detalhes fez com que a alta não fosse capaz de se sustentar.
Durante a noite, os investidores refizeram as contas. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou em queda de 2,27%. As quedas na China foram menores. Em Hong Kong, o índice Hang Seng fechou com uma leve queda de 0,63%, e em Xangai o SSE Composite recuou 0,94%.
Já na Europa, o cenário é diferente. O índice alemão Dax avança 0,86% e o índice inglês FTSE sobe 0,61%. Os mercados europeus subiram por um motivo específico. No início do dia, o Banco da Inglaterra, o banco central britânico, juntou-se a seu colega americano, o Federal Reserve, e anunciou um corte emergencial de meio ponto percentual nas taxas de juros inglesas, que foram reduzidas para 0,25% ao ano. Além disso, o Banco da Inglaterra anunciou medidas de estímulo ao crédito e reduziu os depósitos compulsórios exigidos dos bancos.
Mark Carney, presidente do Banco, e Andrew Bailey, indicado para sucedê-lo, concederam uma entrevista coletiva conjunta e afirmaram que o banco pode ir além, apesar de acreditarem que o efeito negativo do coronavírus sobre a economia vai durar pouco. “Essas medidas ajudarão a manter as empresas funcionando e as pessoas empregadas, e impedirão que uma interrupção econômica temporária cause danos a longo prazo”, disse Carney.
Os economistas elogiaram a medida do Banco da Inglaterra, por mostrar uma grande coordenação entre o banco central e o Poder Executivo, algo que não ocorreu nos Estados Unidos. Por isso, o mercado futuro do índice S&P 500 está indicando uma queda de 2,72%.
Os contratos futuros de Ibovespa abriram com uma forte queda de 3,2%, em linha com a retração dos preços do S&P 500. O dia promete ser bastante volátil, com os investidores no aguardo de medidas de estímulo à economia.
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