O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta sexta-feira, 21, que o Brasil precisa pisar no acelerador no comércio exterior, a começar pela ampliação do Mercosul. Durante discurso a sindicalistas na sede da Força Sindical, ele citou a entrada da Bolívia como quinto membro do bloco como um acontecimento importante para o crescimento do comércio regional.
“O comércio começa com os vizinhos. Nós temos que reconquistar a América do Sul e a América Latina. Nós perdemos espaço aqui na região”, afirmou Alckmin. Ele também classificou a celebração do acordo entre Mercosul e União Europeia como um evento de “importância mundial”, por englobar 720 milhões de pessoas e US$ 22 trilhões em PIB na soma de todas as economias.
“Nós temos que pisar no acelerador do comércio exterior. O Brasil tem 2% do PIB do mundo; 98% do comércio está fora do Brasil. Então, tem que ter foco na exportação”, frisou o ministro da Indústria.
Além de falar sobre a política industrial do governo, Alckmin fez comentários sobre inflação e projetou queda dos preços dos alimentos neste ano, como resultado do aumento da oferta, pela safra recorde de grãos, e da redução do custo da produção agrícola, dada a valorização cambial.
“Agricultura é clima. Este ano vai ser ótimo, o preço da comida vai cair. Vai cair por quê? Porque é clima bom: a safra sobe, o preço cai”, declarou Alckmin na sede da Força Sindical.
Nesse ponto, ele elogiou a postura do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) de dar foco, nas decisões sobre juros, ao núcleo de inflação que exclui os alimentos e energia, componentes mais voláteis e menos sensíveis à política monetária.
“Se não chover, não adianta aumentar os juros, que não vai chover por causa disso. Eu só vou prejudicar a economia, prejudicar quem precisa de capital, endividar quem precisou tirar dinheiro”, assinalou Alckmin. “Não adianta aumentar os juros que não vai cair o preço do barril do petróleo. Isso é guerra, é política internacional. Então, ele o Fed é mais apurado nessa questão”, acrescentou o vice-presidente, ao fazer uma comparação com o Brasil, onde a meta perseguida pelo Banco Central (BC) é o índice geral do IPCA.
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Por Eduardo Laguna
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