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Cosan levanta R$ 9 bilhões com venda de participação na Vale

A Cosan, do empresário Rubens Ometto, se desfez nesta quinta-feira, 16, de sua participação de 4,05% na mineradora Vale. As 173,4 milhões de ações foram vendidas em leilão por um preço final de R$ 52,29 – o preço inicial era R$ 50,63. Com isso, o negócio totalizou R$ 9,06 bilhões.

Em fato relevante, a Cosan informou que a decisão de vender os papéis “se baseou exclusivamente no objetivo de otimizar sua estrutura de capital”.

O Citi avaliou que a venda das ações da Vale detidas pela Cosan reduz o endividamento do grupo sucroalcooleiro de R$ 23 bilhões para R$ 14 bilhões, ou seja, até 40% da sua dívida líquida.

“Vemos a venda como positiva para a tese de investimento da Cosan, uma vez que a consequente desalavancagem deve ajudar a empresa a enfrentar o cenário desafiador de juros mais altos no Brasil”, dizem os analistas do banco Gabriel Barra e Pedro Gama, em relatório.

O grupo Cosan havia entrado no capital da Vale em outubro de 2022. Na época, comprou 4,9% das ações da mineradora e se tornou um de seus principais acionistas.

A Cosan havia informado à época que sua intenção era atingir uma fatia da 6,5% na Vale, mas que para isso precisaria do sinal verde por parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), e o investimento total, nesse caso, chegaria a R$ 23 bilhões, pelos números da época. Mas esse movimento não chegou a ser feito.

Em relatório, o banco Goldman Sachs avaliou que investidores já estavam focando na possibilidade de a Cosan vender sua participação na Vale, o que gerava um ponto de preocupação para a mineradora – que acumulou queda de 32% nos papéis nos últimos 12 meses. Contudo, com a confirmação da operação, a pressão de baixa no papel da Vale tende a ser reduzido.

Já para a Cosan, o Goldman destaca que a venda tende a ser bem recebida pelo mercado, visto que a nova gestão da companhia já havia reconhecido que a venda de participação na Vale pode ajudar a holding a reduzir seu atual nível de endividamento para níveis mais adequados, especialmente ao considerar o atual ambiente macroeconômico desafiador.

As corretoras que mais compraram ações no leilão foram as do Itaú, com 31 milhões, a do próprio JP Morgan, que coordenou a venda e comprou 132 milhões, e a do Goldman Sachs comprou 7,9 milhões. O lote do JP foi vendido rapidamente, em cerca de 20 minutos, mas com parte das ordens ao preço de abertura do papel.

Por Altamiro Silva Junior

Estadão Conteúdo

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