A presidente da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), Marisete Pereira, apontou nesta quinta-feira, 5, que o sistema elétrico no país está em uma situação de “bastante” risco em relação ao requisito de confiabilidade. Em audiência pública na Câmara, ela também argumentou que os subsídios concedidos às fontes eólica e solar “estão se tornando insustentáveis” – refletindo diretamente nas tarifas dos consumidores.
Para Pereira, que já foi secretária executiva do Ministério de Minas e Energia (MME), esse critério de confiabilidade está sob risco porque há um “déficit” na capacidade de atendimento ao horário de ponta de carga (maior demanda) e na chamada flexibilidade operativa – ou seja, a capacidade de compensar potenciais desequilíbrios de curto prazo entre a geração e a carga.
As usinas hidrelétricas, que atendem esses critérios, representam hoje 47% da matriz elétrica. Há 10 anos, estavam no patamar de 83%.
Com o crescimento das fontes solar e eólica, há excesso de oferta de energia apenas determinados horários do dia, com redução no horário de pico de demanda (fim da tarde e início da noite).
“O ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico já indica uma necessidade de potência, para 2025, de quase 5 gigawatts. Então, nós estamos em uma situação de bastante risco em relação à confiabilidade do sistema”, declarou Pereira, na audiência pública na Câmara.
Por Renan Monteiro
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