A diretora de Competitividade, Economia e Estatística da associação de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Cristina Zanella, chamou a atenção há pouco para o aumento das importações no setor neste ano. De acordo com ela, o volume importado entre janeiro e outubro de 2024 representa uma alta de 10,4% em relação ao ano anterior. Trata-se do segundo maior nível da série histórica, atrás apenas do desempenho de 2013.
Ela atenta, porém, que, onze anos atrás, esse aumento das importações acompanhava, também, um maior volume de investimentos no País. No cenário atual, contudo, as importações têm crescido sem que a taxa de investimento esteja próxima daquela observada em 2013. “Em 2013 também tivemos um crescimento do PIB na casa de 3%, mas investimentos da ordem de 21% do PIB, que era uma das maiores taxas da história. Hoje o investimento está na casa de 16%, 17%, bastante abaixo da necessidade do País”, detalhou ela, durante entrevista coletiva de apresentação de dados da Abimaq em outubro.
Com isso, diz Zanella, a participação das importações em relação ao tamanho total do setor é bem maior agora, e por isso há preocupação com a perda de protagonismo do conteúdo nacional. “O consumo aparente em 2013 era da ordem de R$ 481 bilhões, com as importações representando cerca de 30% disso. Hoje, temos um consumo de R$ 305 bilhões, dos quais 45% é bem importado. Houve um crescimento muito forte da participação dos importados”, frisou. Para ela, questões como a diminuição do juro e do “custo País” são os principais gargalos para serem resolvidos, no sentido da retomada do protagonismo da indústria nacional.
Só em outubro, as importações cresceram 6,1% na margem e 32,4% em relação ao mesmo mês de 2023.
Máquinas agrícolas’
Ao comentar o crescimento das importações de máquinas agrícolas, o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, Pedro Estevão, citou o avanço da produção chinesa sobre o País. Ele disse que a participação de máquinas e equipamentos agrícolas do país asiático no Brasil aumentou cerca de 40% no último ano. O total de máquinas agrícolas chinesas, contudo, representa apenas cerca de 1,4% do mercado nacional, segundo ele.
Embora reconheça que a China é sempre um mercado extremamente competitivo, ele destacou que esse avanço, por ora, ainda não preocupa, porque o país asiático não possui fábricas do setor instaladas por aqui e não oferece um apoio “pós-venda” aos consumidores. “Porque não dá para vender máquinas aqui, sem ter pontos de pós-venda, pontos de revenda ou de peças de reposição”, disse.
“E sem fábricas por aqui, você tem uma barreira muito grande que é a questão do conteúdo local. No financiamento do plano Safra, por exemplo, você precisa ter conteúdo local. Com máquinas importadas você não consegue acessar o plano safra”, reforçou.
Por Daniel Tozzi Mendes
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