A Petrobras informou nesta segunda-feira, 18, detalhes do seu Plano de Negócios 2025-29, após o vazamento de alguns números. A previsão é de investimentos totais de US$ 111 bilhões (cerca de R$ 637 bilhões, ao câmbio do dia) para o período, além do pagamento de US$ 45 bilhões (cerca de R$ 258 bilhões) em dividendos ordinários e flexibilidade para pagamentos extraordinários de até US$ 10 bilhões (R$ 57,5 bilhões) no período.
Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa destaca que a proposta do plano foi deliberada pela diretoria executiva na quinta-feira passada, mas ainda será apreciada pelo conselho de administração em reunião agendada para a próxima quinta.
O detalhamento traz poucas mudanças em relação ao plano anterior, divulgado na gestão de Jean Paul Prates, o que já era esperado, mas ressaltou a preocupação da empresa em acalmar acionistas com aceno de mais dividendos. As ações da empresa reagiram bem aos números divulgados, mesmo incompletos e ainda dependendo de aprovação do conselho de administração da empresa. As ações subiram 2,57% (ON) e 2,50% (PN), também em linha com a alta do petróleo.
Dos investimentos totais de US$ 111 bilhões previstos, US$ 77 bilhões (R$ 443 bilhões, ou 69,4%) se destinam ao segmento de Exploração & Produção, sendo US$ 7,9 bilhões (R$ 45,5 bilhões) em Exploração. Além disso, US$ 20 bilhões (R$ 115 bilhões) são para investimento no segmento de Refino, Transporte, Comercialização, Petroquímica e Fertilizantes (RTC). A petroleira também projeta produção total de 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia (boed) no período.
‘Dentro do esperado’
“Nada muito fora do esperado e um maior espaço para dividendos”, resumiu ao Estadão/Broadcast o analista da Ativa Investimentos Ilan Arbetman.
O valor de US$ 111 bilhões fica em linha com os US$ 102 bilhões da gestão de Prates, assim como a destinação da maior parte dos recursos para a área de Exploração e Produção. O plano anterior destinava US$ 73 bilhões para o segmento, ou 71,5% do total.
As informações de ontem ainda não incluíram valores destinados a projetos de energia renovável. Polêmico desde que foi anunciado, o investimento em energia limpa pela estatal está sendo mais demorado do que o inicialmente planejado, o que foi explicado pelo chefe da pasta, o diretor de Sustentabilidade e Transição Energética, Maurício Tolmasquim, em entrevista recente, como reflexo do aumento dos preços no mercado para projetos greenfield, o que poderia levar a empresa a buscar ativos já prontos, e sempre em parceria.
Por este motivo, Arbetman vê espaço para que o investimento em energias renováveis até cresça nominalmente em relação ao plano anterior, mas nada muito expressivo se comparado ao refino, por exemplo, que obteve mais US$ 3 bilhões (R$ 17,2 bilhões) nessa comparação, chegando a US$ 20 bilhões (R$ 115 bilhões). “É uma expectativa de crescimento contida”. A tendência é a de que os recursos reservados para essa área subam gradualmente, na avaliação de analistas, já que os projetos mais pesados seriam as eólicas offshore, em alto-mar.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Beth Moreira, Luana Reis e Denise Luna
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