A Oi, em recuperação judicial, apresentou lucro líquido de R$ 243 milhões no seu balanço do terceiro trimestre de 2024, revertendo o prejuízo de R$ 2,830 bilhões no mesmo intervalo de 2023, conforme divulgação realizada após o fechamento do mercado financeiro no período da noite da quarta-feira, 6.
O lucro líquido refletiu uma receita financeira decorrente da valorização do real frente ao dólar de 2,0% no período, somado ao impacto positivo do ajuste a valor presente (AVP), resultado da celebração com a Anatel do segundo termo de repactuação da transação firmado em novembro de 2020, das dívidas atualizadas até setembro de 2024.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) reportado no terceiro trimestre foi negativo em R$ 335 milhões, revertendo dado positivo de R$ 382 milhões de um ano antes.
Já o Ebitda de ‘rotina’ ficou negativo em R$ 375 milhões, 13,5% acima do registrado no mesmo trimestre de 2023. O critério de ‘rotina’ exclui itens considerados não recorrentes. Segundo a Oi, o Ebitda foi influenciado principalmente pela queda acelerada das receitas dos serviços não-core (não essenciais), especialmente devido à dinâmica dos serviços baseados em tecnologias legadas, como o cobre e DTH.
A receita líquida consolidada totalizou R$ 2,051 bilhões, recuo de 14,4,% na comparação anual. De acordo com a companhia, a receita continuou sendo impactada pela acelerada queda de demanda por serviços não core, além disso, cita uma “dinâmica declinante nos serviços tradicionais de telecomunicações e abordagem comercial seletiva da Oi Soluções”.
A receita da Oi Soluções (braço de conectividade e TI para empresas) caiu 26,6%, para R$ 421 milhões. A receita da divisão de banda larga (Oi Fibra), no entanto, subiu 0,8%, indo a R$ 1,125 bilhão.
Os custos e despesas de rotina totalizaram R$ 2,4 bilhões, corte de 10,6%, motivados pela reestruturação da empresa. Isso levou a redução de pessoal, otimização de recursos e de processos internos, entre outros pontos. A Oi afirmou que houve redução de aproximadamente 2,5 mil colaboradores ao longo dos últimos 12 meses.
O consumo de caixa foi de R$ 496 milhões no trimestre e os investimentos foram de R$ 109 milhões.
A tele chegou ao fim do terceiro trimestre de 2024 com dívida líquida de R$ 8,9 bilhões, volume 60,5% menor na comparação anual, mas 34,9% superior ao trimestre anterior.
Por Danielle Fonseca, especial para a AE
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