O senador Sergio Moro (União Brasil) chamou Ney Leprevost (União Brasil), candidato derrotado à prefeitura de Curitiba (PR), de mentiroso e afirmou que o deputado estadual quer transferir para ele a responsabilidade por sua derrota.
As declarações foram dadas ao Estadão em resposta às afirmações de Leprevost ao jornal Folha de S. Paulo. O quarto colocado na disputa pela prefeitura curitibana disse que a participação do senador e de sua mulher, Rosângela Moro, como vice na chapa do União teria levado à sua derrota. Em nota, o deputado estadual rebateu as afirmações chamando Moro de “traidor contumaz”.
Moro afirmou que o convite para que sua mulher fizesse parte da chapa partiu de Leprevost, que teria insistido diversas vezes – o que o deputado estadual nega. “Peço desculpas ao povo de Curitiba por ter aceitado a imposição nacional do partido de ter a sua esposa como vice”, declarou Leprevost.
Segundo o senador, durante a campanha, o deputado estadual “acabou optando por correr sozinho. Tanto que eu não apareci no programa eleitoral dele e tampouco apareceu qualquer um dos representantes da União Brasil, nacional ou estadual”, alegou Moro.
A estratégia de Leprevost de se apresentar como um político “do sistema” também foi criticada por Moro. “Leprevost se apresentou como um político velho do sistema, de terno engravatado até nos debates, e não conseguiu se conectar com a população de Curitiba”, argumenta.
Para o ex-juiz da Lava Jato, os comentários do deputado estadual são uma tentativa de transferir a culpa pela derrota. “Ele perdeu, escolheu perder sozinho.”
Moro afirmou ainda: “Fui eleito em Curitiba com 40% dos votos para senador, e hoje as pesquisas me apontam como favorito para o governo do Estado. Então, não se tem problema de popularidade eleitoral, o problema foi o candidato”. Em sua nota, Leprevost retrucou: “Se o senhor fosse amado pelo povo de Curitiba como afirma, não precisaria andar rodeado de seguranças pagos pelo povo brasileiro até para ir à feira”.
O senador disse também que só falou do assunto porque foi atacado e declarou que o deputado estadual “saiu pequeno da eleição, e agora se reflete a pequeneza também nessas declarações”. E acrescentou que Ney Leprevost não conseguiu eleger seu irmão, Alexandre Leprevost (União Brasil), que ficou como suplente. “Para mostrar que o problema não é conosco (casal Moro). O problema é o sobrenome Leprevost.”
O deputado estadual do União, por sua vez, acusou o ex-aliado de ser um herói nacional que se apequenou e se transformou em um “lacrador de redes sociais”. “Me esqueça e vá se defender na Justiça. Pois quem é réu em processo criminal é o senhor, não eu”, afirmou na nota.
A chapa de Leprevost teve 60.675 votos (6,49% dos votos válidos) e ficou em quarto lugar. A prefeitura de Curitiba será disputada pelo atual vice-prefeito, Eduardo Pimentel (PSD), e por Cristina Graeml (PMB). Eles tiveram, respectivamente, 313.347 votos (33,51% dos válidos) e 291.523 votos (31,17% dos válidos). O segundo turno será em 27 de outubro.
Por Vinícius Novais
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