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Lula está aberto ao diálogo e a ouvir os bancos, afirma presidente da Febraban

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, disse que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, autorizou nesta quarta-feira, 16, a criação de fóruns no âmbito do Conselhão para debater as causas dos juros elevados no Brasil. Sidney e os presidentes dos maiores bancos privados do País se reuniram nesta quarta com Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Foi uma conversa bastante proveitosa, cordial, o presidente estava muito aberto ao diálogo, nos assegurou que não há assunto que não possa tratar conosco”, disse Sidney, em uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto, após a reunião, com participação de Haddad e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

Segundo o presidente da Febraban, esse encontro foi pedido há cerca de dois meses, para debater conjuntura.

Ele relatou que, no encontro, os bancos teriam pedido que o governo aproveitasse uma janela de bom crescimento e inflação controlada para atacar pontos estruturais da economia, inclusive insistindo no ajuste fiscal. Lula teria reiterado o compromisso de que o governo vai “acertar” nesses temas.

Tanto Lula quanto Haddad, disse Sidney, reforçaram o compromisso de manter o arcabouço fiscal, “para que as despesas possam não só caber no orçamento, mas também possam se equilibrar”.

Ele afirmou que os spreads brasileiros são altos e disse que não interessa aos bancos a manutenção das taxas em nível elevado.

“Ansiamos que o Banco Central possa, assim que possível, iniciar um ciclo de queda dos juros”, afirmou Sidney, ressaltando que houve razões técnicas para a retomada do ciclo de aperto da Selic.

Ele disse que Lula não fez um pedido específico aos bancos.

Os presidentes de bancos também debateram com Lula a questão das bets, disse Sidney, sem especificar os temas.

Ele relatou que existe uma preocupação com o endividamento das famílias e que a importância do grupo de trabalho no Conselhão para tratar desse tema foi reforçada.

Por Cícero Cotrim, Célia Froufe e Caio Spechoto

Estadão Conteúdo

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