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Anbima: Fundos têm resgate líquido de R$ 53,9 bilhões em setembro

Os fundos de investimento apresentaram resgates líquidos de R$ 53,9 bilhões em setembro, segundo dados divulgados hoje pela Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Neste ano, os fundos acumulam saldo líquido positivo de R$ 253,6 bilhões. O patrimônio líquido da indústria agora é de R$ 9,4 ttrilhões, alta de 15,6% ante setembro de 2023.

O desempenho da indústria foi penalizado pelos fundos multimercados, que tiveram saídas líquidas de R$ 53,9 bilhões, o volume mais alto de perda no ano. Desde janeiro, os multimercados acumulam resgates de R$ 198,2 bilhões. “O aprofundamento nos resgates dos multimercados pode ser explicado pela recente alta da Selic e a perspectiva de que o Copom (Comitê de Política Monetária) continuará aumentando os juros até o fim deste ano”, disse Pedro Rudge, diretor da Anbima, em nota.

Os multimercados do tipo livre (sem compromisso de concentração com alguma estratégia específica) tiveram a maior saída em setembro, no montante de R$ 41,1 bilhões. Em seguida, vêm os multimercados investimento no exterior, com resgates de R$ 15,3 bilhões. Já os multimercados macro, que realizam operações baseadas em cenários macroeconômicos de médio e longo prazos, alcançaram captação líquida positiva de R$ 4,5 bilhões.

Os fundos de ações tiveram resgates líquidos de R$ 2,8 bilhões em setembro, mas ainda sustentam captação líquida positiva de R$ 781,4 milhões no acumulado do ano. Os veículos do tipo investimento no exterior têm contribuído para a manutenção do saldo positivo, sendo o maior destaque de 2024 na categoria, com captação líquida de R$ 18,2 bilhões.

Já na renda fixa, os fundos registraram entrada líquida de R$ 839,5 milhões em setembro, ante R$ 45,5 bilhões no mês anterior. O destaque da categoria foram os fundos do tipo duração livre crédito livre, que alcançaram captação líquida de R$ 8 bilhões. “O cenário macroeconômico continua favorável aos fundos de renda fixa. Em setembro, houve uma diminuição no fluxo de recursos para esse tipo de fundo, mas ainda é cedo para avaliarmos se esse movimento se manterá ou não”, diz Rudge. Entre os motivos que podem ter causado essa queda, o diretor da Anbima cita a realocação dos investimentos para outros produtos e o aumento do custo da dívida.

Entre os fundos estruturados, os fundos de investimento em participações (FIPs) tiveram captação líquida de R$ 2,3 bilhões em setembro e os fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) registaram perdas de R$ 1,8 bilhão.

Por Bruna Camargo

Estadão Conteúdo

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