As vendas de cimento em setembro somaram 5,8 milhões de toneladas, um crescimento de 10,4% em relação ao mesmo mês de 2023. No acumulado do ano de janeiro a setembro, as vendas chegaram a 48,7 milhões de toneladas, um aumento de 3,8% comparado ao mesmo período do ano passado. A comercialização por dia útil em setembro foi de 257,3 mil toneladas, com acréscimo de vendas de 2,7% sobre agosto deste ano e de 10,7% ante setembro de 2023. Os dados são do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).
O presidente do SNIC, Paulo Camillo Penna, diz que desde junho o setor viu a demanda do mercado imobiliário brasileiro crescer. Somente no segmento do Minha Casa, Minha Vida, os lançamentos subiram 86,7% no segundo trimestre na comparação com o segundo trimestre de 2023 e 65,9% no primeiro semestre em relação ao primeiro semestre do ano passado.
“Para o ano, prevemos crescimento de 2,8%, chegando a cerca de 64 milhões de toneladas. Os próximos meses têm uma base de comparação mais forte e, portanto, o crescimento deve ser menos intenso. Para 2025 também esperamos um crescimento menor, visto o crescimento de 2024”, afirma Penna.
Ele pontua que confiança do consumidor tem crescido gradativamente desde junho. Porém, em setembro, houve ligeira piora das percepções sobre a situação atual. Para ele, o endividamento elevado da população, a alta da inadimplência, a retomada da trajetória crescente dos juros (visto a previsão de alta de juros do último Boletim Focus) e a nova mudança no perfil de consumo da população com as apostas online impactam o orçamento das famílias e podem influenciar no consumo de cimento. “Hoje a indústria de cimentos concorre com celulares, streamings e, agora, com as apostas”, afirma o presidente do SNIC.
Na construção, a confiança do setor apresentou queda, interrompendo quatro meses seguidos de alta. O principal fator foi a mudança de direção da política monetária, com a alta na taxa de juros ocorrida em setembro. Penna avalia ainda que a perspectiva de novas elevações na Selic afetaram particularmente as expectativas dos empresários dos segmentos de Infraestrutura e de Edificações Residenciais.
Por Talita Nascimento
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