O Commerzbank anunciou uma atualização de sua estratégia, sinalizando o objetivo de manter sua independência antes de conversas com o UniCredit, que recentemente demonstrou interesse em fundir suas operações com as do banco alemão. Em comunicado nesta quinta-feira, 26, o Conselho de Administração do Commerzbank, maior provedor de crédito para empresas de pequeno e médio portes na Alemanha, disse estar trabalhando para melhorar a rentabilidade e impulsionar o retorno para acionistas nos próximos anos, confirmando estratégia anunciada em novembro do ano passado.
“O Commerzbank está continuamente expandindo sua posição independente como um forte pilar no mercado bancário alemão e um parceiro confiável para a economia nacional”, disse o presidente do Conselho, Jens Weidmann.
A atualização veio antes de uma primeira rodada de conversas com o UniCredit, banco italiano que expandiu sua fatia no Commerzbank a 21%, superando o governo da Alemanha como principal acionista no segundo maior banco do país.
A iniciativa deflagrou especulação de que o UniCredit poderá tentar assumir o controle do Commerzbank e gerou preocupações entre autoridades e líderes sindicais alemães, que temem os efeito de uma eventual aquisição, como cortes de empregos e perda de influência financeira para a Itália.
Durante coletiva de imprensa, a futura CEO do Commerzbank, Bettina Orlopp, disse que a primeira reunião com o UniCredit, marcada para a sexta-feira, 27, será um ponto de partida.
“O UniCredit é agora um acionista e investidor, e é muito normal que opiniões sejam trocadas”, disse Orlopp, atual diretora financeira do Commerzbank que deverá assumir como CEO na próxima semana, no lugar de Manfred Knof.
Orlopp afirmou que o Conselho do Commerzbank manterá a mente aberta e avaliará suas opções para a possível criação de valor para os acionistas.
“Não vamos fazer nenhuma coisa estúpida…qualquer ideia de implementar aquisições malucas ou vendas rápidas etc. agora – não ocorrerá conosco”, acrescentou ela.
Na atualização desta quinta, o Commerzbank elevou levemente sua projeção de lucro líquido para 2027, de 3,4 bilhões de euros para 3,6 bilhões de euros. O banco também pretende distribuir aos acionistas mais de 90% dos ganhos líquidos aos acionistas – decisão sujeita a aprovações regulatórias – referentes a 2025, 2026 e 2027. A meta deste ano é de 70% dos lucros.
*Com informações da Dow Jones Newswires
Por Sergio Caldas*
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