A diretora da exploração e produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, disse nesta segunda-feira, 23, que a prioridade em termos de exploração para a estatal é sempre o Brasil, mas que, se for necessário ir ao exterior, a África “é um bom lugar”. Isso porque a Petrobras já conhece bem o perfil geológico do litoral do continente africano no oceano Atlântico, que espelha o da América do Sul.
“Nós acreditamos e queremos o Brasil. Por isso a gente está lutando tanto para conseguir a nossa licença (de perfuração na Foz do Amazonas). Mas nós temos um conhecimento, é sabido que (os territórios de) Brasil e África estiveram juntos. Então a gente sabe que a geologia se espelha uma na outra. Por isso também conhecemos muito bem a África”, disse Sylvia.
“Naturalmente, se vamos para algum lugar fora do Brasil, a África é um bom lugar”, continuou a executiva. Ela falou a jornalistas ao deixar a ROG.e, maior feira local de óleo e gás, que acontece esta semana no Rio de Janeiro.
Ela lembrou, além disso, que seguem acontecendo descobertas na África, mas afirmou que, por ora, a Petrobras só está prospectando.
A diretora destacou que a Petrobras tem reservado US$ 3,1 bilhões para investir em exploração na Margem Equatorial e que segue “muito otimista” com relação à obtenção da licença ambiental negada pelo Ibama ainda em maio de 2023.
Namíbia
Questionada especificamente sobre eventuais investidas da Petrobras na Namíbia – possibilidade que o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) adiantou em maio e que ganhou corpo ao fim de julho com uma oferta não vinculante por participação em bloco da portuguesa Galp -, Sylvia informou que ainda não teve notícias do processo.
“A Namíbia é o espelho do Brasil. Então também está incluída e vem tendo descobertas. Assim como tem descobertas na Guiana e no Suriname, tem também na Namíbia, como teve em Angola no passado. No passado, já tivemos blocos em Angola e saímos de lá”, disse Sylvia dos Anjos.
A diretora detalhou que, no caso da licitação da Galp, a petroleira portuguesa fez uma licitação para vender participação e 40% a fim de ter o comprador como operador.
“Não temos notícia sobre ainda (sobre resultado da licitação da Galp de área na Namíbia). Não é uma negociação, e sim uma licitação”, disse.
“Para operar, se não tiver pelo menos 40% do negócio, fica difícil. Então, a Galp ficaria com o restante e a gente poderia ficar com 40%. Na verdade, ela quer uma operadora, qualquer que seja a empresa que ganhar. Então esses 40% são uma espécie de número mágico para isso, que dá alguma tranquilidade. Mas melhor seria 60%”, concluiu a diretora da Petrobras.
Por Gabriel Vasconcelos
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