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Mulher encontra câmera dentro do banheiro de apartamento onde vive há quatro anos no litoral

Uma mulher usou as redes sociais para denunciar a presença de uma câmera escondida dentro do apartamento onde vive de aluguel há quatro anos, em Praia Grande, litoral de São Paulo. Em postagens no Instagram e no Tik Tok, Angélica Bitu afirma que o aparelho estava dentro do forro do teto do banheiro, conectado à tomada e com a lente encaixada em um pequeno buraco no suporte da lâmpada.

As gravações foram feitas em 20 de agosto, um dia depois de a mulher ter encontrado a câmera. O caso ganhou maior repercussão no final de semana, e Angélica voltou a se manifestar nos seus canais para reforçar que outros moradores também tomem cuidado.

Ela afirma que só conseguiu encontrar a câmera porque o marido precisou trocar a lâmpada do banheiro, que estava queimada. O homem percebeu que o objeto rosqueava, mas não se encaixava da forma correta no soquete. Foi quando ele retirou todo suporte e percebeu a presença do dispositivo.

“Quando ele desmontou o bocal todo para puxar os fios, ele viu que tinha um fio mais grosso. Mas, na verdade, quando ele puxou, não era um fio. Era uma câmera que estava lá por dentro do forro do banheiro”, relatou Angélica.

Para os usuários da rede social, ela explicou no último domingo, 22, pelos stories do Instagram, que o orifício onde a lente da câmera foi encaixada era muito pequeno e, por isso, muito difícil de ser notado.

“O furo era minúsculo e o teto é alto. Olhando para cima, não dava para ver que ali tinha um furo e que tinha câmera com a lente. Não tinha como ver. E conforme a gente olhava para cima, aparentemente era um furinho de um parafuso ou algo da própria luminária. Não tinha como perceber que aquilo era um furinho que tinha uma câmera.

Segundo Angélica, o aparelho estava conectado a uma tomada, dentro do forro, e não havia indicações de marca ou tipo do aparelho. A mulher afirma que não sabe se o dispositivo estava ligado ou funcionando, muito menos para onde as imagens, se captadas, estavam sendo direcionadas.

“Ela (a câmera) está a ligada em uma tomada por dentro do forro, em cima do bocal, onde tinha uma fonte conectada e essa câmera estava ligada na fonte. Ela estava funcionando, as luzes estavam acesas. A gente tirou, fez alguns testes e quando é colocada na tomada fica com a luz vermelha e, depois de alguns segundos, fica com uma luz azul ou verde piscando”, desabafou.

Angélica relatou também que a câmera não tinha cartão de memória e que, como sugestão dos usuários, chegou a procurar aplicativos para ajudar a desvendar a marca da câmera e, possivelmente, rastrear as imagens. “Não sei como depois de tanto tempo continua ligada, ou se isso foi colocado depois que eu me mudei. Mas isso não faz sentido para mim. Nós também temos muitas perguntas a respeito de tudo isso”, disse.

Ela e o marido notificaram o zelador e o síndico do prédio, que estiveram no apartamento para entender a situação. Os dois estão colaborando com a apuração do caso. Angélica diz também que a proprietária do imóvel está ciente, e que também se colocou à disposição para ajudar, inclusive se a inquilina sentisse a necessidade de apoio psicológico.

A moradora declara também ter se sentido violada e está preocupada com a exposição do seu filho recém-nascido. “O banheiro é um lugar onde a gente fica mais exposto, é onde a gente acha que tem a maior privacidade do mundo. Para piorar, agora eu tenho um bebê, que eu deixei várias vezes sem roupa, exatamente embaixo da lâmpada onde estava essa câmera. Isso chega a ser bizarro, algo extremamente inacreditável”.

Ela acredita que a câmera pode pertencer a antigos moradores do mesmo apartamento. “Essa é a resposta mais provável, mas é muito difícil porque não é apenas um ou duas pessoas que moraram antes de mim. São várias. O prédio não é tão novo, é antigo. É muita gente”, disse ela nesta segunda-feira, também nas redes sociais, ao responder perguntas de usuários.

Ela afirma que fez boletim de ocorrência sobre o caso. “Agora estou aguardando resposta. Eu ainda preciso voltar à delegacia para ver como vai ficar a situação, para prestar outros esclarecimentos.” Questionada, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que a Polícia Civil não localizou o registro da ocorrência com as informações fornecidas pela reportagem.

Por Caio Possati

Estadão Conteúdo

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