Após admitir que o vídeo em que aparece em uma ambulância recebendo oxigênio, após levar uma cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) no debate da TV Cultura, dia 15, se tratou de uma “cena”, Pablo Marçal (PRTB) voltou a falar do assunto nesta segunda-feira, 23, afirmando que achou a gravação “patética”.
“Achei patético ter filmado e mostrado, fora da ambulância e tudo. Reprovei e quase desliguei a pessoa que fez isso”, afirmou o candidato à Prefeitura de São Paulo em sabatina do Valor, O Globo e Rádio CBN nesta segunda-feira, 23.
Na última semana, o influenciador, que frequentemente vincula sua imagem à de um atleta de alta performance, afirmou em um evento com empresários que “dava para ir correndo para o hospital”. Marçal também disse que a gravação – em que aparece com os olhos fechados e com uma máscara de oxigênio sobre o rosto, sendo atendido por uma mulher enquanto homens gritam e fazem sinais para os carros em volta da ambulância – tratou-se de sua equipe querendo “fazer uma cena”.
Marçal foi questionado se não “manda” em sua campanha, já que afirmou que acha o vídeo “patético”, mas, mesmo assim, o conteúdo se tornou público.
“Mando, o problema é que, às vezes, a pessoa está emocionada e quer mostrar coisas que não precisa mostrar”, afirmou o ex-coach, que disse que não sabia que a gravação tinha sido postada e, quando soube, “mandou resolver”. “Depois que mandei resolver isso já tinha ido para 10 mil (perfis do) Instagram, aí ninguém segura nunca mais.”
Datena, que acertou a cadeirada em Marçal, também voltou a falar do episódio e de uma possível ingerência em sua equipe relativa a uma peça de propaganda eleitoral veiculada na rádio, onde o candidato justifica a agressão. Nesta segunda-feira, durante sabatina realizada pelo SP1, da TV Globo, o tucano negou ter utilizado o episódio para obter vantagem política, dizendo que “não se orgulha” do que fez.
“Agora, se eu faria de novo, evidente que não faria. Esse sujeito, que foi condenado por um crime qualificado, bandido, que me acusou de inverdade, vai responder no foro adequado, que é onde o bandido tem que responder: na Justiça. Mas eu jamais farei isso de novo. Se foi utilizado pela campanha, foi mal utilizado, porque eu, em momento algum, fui consultado e não autorizei absolutamente o uso eleitoral disso. Jamais. É uma coisa que não me orgulho de forma alguma e não aconselho ninguém a fazer”, disse.
Após a cadeirada, o índice de rejeição ao ex-coach, segundo o Datafolha, oscilou três pontos para cima em uma semana. Desde o início de agosto, Marçal cresceu 17 pontos em rejeição do eleitor paulistano, quando marcava 30% – agora são 47% dos entrevistados afirmando que “não votariam de jeito nenhum no primeiro turno” no ex-coach.
Por Karina Ferreira
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