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Ineficiências no setor elétrico custarão R$ 100 bi na tarifa de energia em 2024, diz Abrace

Um estudo divulgado nesta quinta-feira, 5, pela Abrace Energia, associação que representa os grandes consumidores, aponta que em 2024 o custo das ineficiências bancados na tarifa elétrica será de R$ 100 bilhões. Nesse cálculo foram avaliadas, por exemplo, as perdas técnicas e não técnicas (ligação clandestina, desvio direto da rede), bem como a alocação de subsídios que, na avaliação da entidade, estão em níveis acima do que seria necessário.

Esse valor representa mais de 27% de todo o custo total do setor elétrico brasileiro, em R$ 366 bilhões, considerando as despesas inerentes com transmissão, distribuição, iluminação pública, dentre outros. A Abrace divulgou o número no estudo “Índice Brasil do Custo da Energia”.

“São R$ 100 bilhões que não deveriam estar ali (tarifa de energia). Temos que parar de cavar o buraco”, defende o presidente da Associação, Paulo Pedrosa, ao falar dos subsídios pagos pela conta de luz.

A analista de energia, Natália Moura, disse que o cálculo foi feito com base em todos os reajustes feitos até agosto, com projeção para os próximos meses.

Para fazer frente a esse cenário de custos ao consumidor, a entidade defende a revisão de desconto para irrigação e fontes incentivadas; veto às térmicas a carvão; bem como a transferência no prazo de 10 anos da CDE para o Orçamento da União.

Comparação internacional

No balanço da Abrace Energia, com base em dados da Agência Internacional de Energia (IEA), o Brasil está na lista de países com energia mais cara, ao lado de Senegal, Chad, Cabo Verde, Quênia, Filipinas, Gana, Nicarágua e Nepal. Está no 12º lugar entre 49 países listados – com base em dados de 2023.

O setor espera o projeto de “reestruturação” do setor elétrico, do Ministério de Minas e Energia (MME), com a participação de agentes privados.

A elaboração do texto está na reta final, segundo integrantes. A expectativa de divulgação, segundo o ministro Alexandre Silveira, é para este mês.

Por Renan Monteiro e Ludmylla Rocha

Estadão Conteúdo

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