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Brookfield põe à venda os shoppings Higienópolis e Pátio Paulista por R$ 3 bi

Após concluir a venda do RioSul, a multinacional canadense Brookfield iniciou o processo de venda de sua participação nos dois últimos shopping centers do seu portfólio: o Pátio Paulista e o Pátio Higienópolis, ambos em São Paulo.

As fatias da Brookfield no capital desses ativos estão sendo estimadas entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões, podendo superar essa cifra a depender do calor da concorrência entre os interessados na compra. A informação foi publicada pelo Brazil Journal e confirmada pelo Estadão/Broadcast. Procurada, a Brookfield não comentou.

O Bradesco BBI e o BTG Pactual foram contratados para conduzir a venda – os bancos são os mesmos que conduziram a venda da fatia da empresa no RioSul, um negócio de R$ 1 bilhão fechado em julho. O prospecto com apresentação dos ativos circula há cerca de um mês entre gestores de fundos de investimento imobiliários e empresas do ramo.

As chamadas propostas não vinculantes, indicativas de preços, deverão ser enviadas pelos interessados até a semana que vem. Já as ofertas firmes devem ficar para mais adiante.

JOIAS DA COROA

Allos, Iguatemi, Multiplan e Ancar são algumas das empresas candidatas naturais a brigar pelas participações da Brookfield. A Iguatemi é também administradora e sócia minoritária do Pátio Higienópolis, o que lhe dá mais força numa eventual disputa.

Já a Allos está bastante ativa na compra e venda de empreendimentos e tentou, por exemplo, levar o RioSul, sem sucesso. Por sua vez, a Ancar é a administradora do Pátio Paulista e corre o risco de perder esse contrato caso outra empresa do ramo compre a participação da Brookfield.

Outros candidatos naturais, segundo analistas, seriam os principais fundos imobiliários desse segmento, como XP Malls (maior do setor em número de cotistas e patrimônio), Vinci Shopping Centers, Hedge Brasil Shopping e BB Premium Malls, entre outros. O XP Malls e o BB Malls fizeram captações recentes e têm caixa para entrar na disputa.

Tendo em vista o tamanho do cheque, é possível também que empresas e fundos se unam em consórcios, o que dependerá ainda de negociações com os demais sócios de cada um dos shoppings, que têm direito de preferência na futura aquisição.

Os dois empreendimentos são vistos como “joias da coroa” no setor de shopping centers, por estarem localizados em áreas nobres, terem fluxo intenso de visitantes de alto poder aquisitivo, números fortes de vendas e poucas áreas vagas de lojistas.

O Pátio Higienópolis foi inaugurado em 1999 no coração do bairro homônimo, tem 260 lojas e 1,4 mil vagas de estacionamento. As vendas estimadas para 2024 são de R$ 1,5 bilhão, o equivalente a R$ 47,5 mil por metro quadrado ao mês. A sua receita operacional líquida anual (NOI, na sigla em inglês) para este ano é projetada em R$ 175 milhões.

O Pátio Paulista é mais antigo, foi inaugurado em 1989, no início da Avenida Paulista, uma área bastante movimentada próxima a estações de metrô. Tem 240 lojas e 1,7 mil vagas de estacionamento. Deve movimentar também R$ 1,5 bilhão em vendas neste ano, com média de R$ 43 mil por metro quadrado ao mês. O NOI estimado é de R$ 180 milhões.

Apesar dos resultados fortes no setor, a Brookfield vem se desfazendo do portfólio de shoppings no Brasil. Antes do RioSul, já havia vendido suas participações no Madureira Shopping e no Shopping Leblon, também no Rio de Janeiro. A multinacional canadense tem direcionado seus investimentos imobiliários no País para galpões logísticos, prédios de escritórios e edifícios residenciais para locação – em agosto adquiriu cinco prédios no centro de São Paulo.

Nesses dois últimos shoppings de sua carteira, a canadense tem as maiores participações – por meio de uma sociedade de propósito específico (SPE) que também tem como parceiros minoritários o fundo soberano de Cingapura (GIC), a multinacional de propriedades comerciais QuadReal Property Group e a gestora global PSP Partners. É a fatia da SPE nos shoppings que está à venda. No Pátio Paulista, essa fatia é de 55,9%, e no Higienópolis, de 50,1%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Circe Bonatelli e Altamiro Silva Junior

Estadão Conteúdo

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