Categories: Empresas

Perda de arrecadação no setor minerário pode chegar a R$ 20 bilhões, mostra TCU

O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou em relatório preliminar que o Poder Público pode perder R$ 20 bilhões em contribuições legais via setor minerário. O valor se refere a créditos já lançados, mas ainda não constituídos. Como há prazo legal nesse processo, o montante está sob risco de decadência – ou seja, perda do direito sobre os valores não requeridos. São 12.243 processos pendentes.

A ineficiência no sistema de arrecadação e a falta de pessoal e estrutura para Agência Nacional de Mineração (ANM) foram as principais justificativas apresentadas para essa fila de pendências. A receita potencialmente perdida no intervalo de 2017 a 2021 foi de R$ 4 bilhões.

A auditoria foi realizada para examinar a legalidade dos procedimentos para a arrecadação via Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) – contrapartida paga pelas empresas exploradoras de minerais. O pagamento é feito via Taxa Anual por Hectare (TAH), cobrada obrigatoriamente aos detentores de títulos minerários.

Além das elevadas perdas de créditos minerários por decadência e prescrição, o relatório também aponta alto índice de sonegação da CFEM e fiscalizações insuficientes para cobrir esse setor.

De 2014 a 2021, 70% não pagaram a contribuição legal, no total de 30.383 títulos ativos (à época), de acordo com os dados apresentados. Já no intervalo de 2017 a 2022, houve média de 40,2% de sonegação entre os 9.204 processos.

“Em 2022, foram apenas 17 fiscalizações, em um universo de quase 40 mil títulos ativos, em condições produtivas. Até 30 de setembro de 2023, haviam outros 19.653 processos abertos, somente aguardando a análise do requerimento e outorga da concessão de lavra”, aponta o relatório.

Os resultados da auditoria feita pelo órgão foram apresentados nesta quarta-feira em sessão, mas houve pedido de vista e acórdão ainda não será divulgado. O relator é o ministro Benjamin Zymler.

“O sistema de Tl utilizado pelo setor de arrecadação da ANM não permite estimar o volume da produção e nem certificar se o valor devido foi integralmente pago pelo titular do direito minerário”, aponta o relatório.

Entre as agências reguladoras, a ANM foi a responsável pela segunda maior arrecadação de receitas em 2021, com R$ 12 bilhões. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) arrecadou R$ 32 bilhões naquele ano.

Por Renan Monteiro

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Latam amplia em 12% voos no Brasil em 2025, com quatro novas rotas domésticas

A Latam vai operar 348 voos domésticos por dia no Brasil em 2025, 12% a…

3 horas ago

ANP aprova acordo de cooperação com Serpro no âmbito do RenovaBio

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou um acordo de cooperação…

3 horas ago

Correção: Lula faz evento para tornar oficial programa de repactuações de rodovias

A matéria publicada anteriormente continha uma incorreção sobre a nome da concessionária do trecho da…

5 horas ago

Brasil vive momento histórico sobre concessões, com melhor entendimento público, diz Lula

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o País vive um…

6 horas ago

Renan Filho: governo analisa 4 repactuações de rodovias, encaminhou 8 para o TCU e reprovou 2

O ministro dos Transportes, Renan Filho, apresentou o balanço dos trabalhos que compõem o "Programa…

7 horas ago

Claro lança oferta de celular para fisgar público que ainda não aderiu ao 5G

A Claro fechou parceria com a Motorola para lançar uma oferta de celular 5G com…

8 horas ago