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Campos Neto fala do processo lento de desinflação global no simpósio de Jackson Hole

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, destacou o processo de desinflação lenta diante de índices de atividades mais fortes em palestra no Simpósio de Jackson Hole. No painel que se propunha a reavaliar a eficácia e transmissão da política monetária, Campos Neto ponderou sobre as razões para o processo lento de desinflação, de acordo com a apresentação divulgada pela organização do evento, já que o painel não foi transmitido.

O documento aponta que ele pontuou sobre uma mudança no poder da política monetária e nos parâmetros e sobre as intervenções e choques, ponderando sobre uma eventual obstrução de canais. Essa reflexão foi mostrada após a apresentação de ações coordenadas dos Bancos Centrais e os ciclos de aperto monetário.

A apresentação prossegue tratando das medidas de apoio, intervenções e endividamento, com dados sobre a energia de medidas fiscais de alívio do Brasil e Europa e balanços dos Estados Unidos. Sobre o Brasil, Campos Neto falou das medidas com impacto fiscal, como o avanço de programas sociais como o Bolsa Família, do crédito direcionado do BNDES e estimativas da taxa neutra de juros.

O presidente do BC destacou três situações de outros países. O primeiro ponto foi em relação à política monetária do Japão e o impacto nos mercados – no início de agosto, a elevação dos juros no País provocou forte turbulência nos mercados, com um tombo na Bolsa de Tóquio que afetou outras bolsas. Ele também falou sobre o impacto das eleições dos Estados Unidos na inflação, com mudanças possíveis em política fiscal, tarifas de importação e regras para imigração. No caso da China, ele destrinchou alguns dados de atividade econômica, como mercado imobiliário e índice de utilização da capacidade e como isso reflete na economia global.

Na sequência, foi abordado o pouco espaço para a política econômica, destacando o comportamento das treasuries, dados da dívida norte-americana e o potencial anual de crescimento e gastos públicos até 2030. Ele mencionou a fragmentação das cadeias globais de abastecimento e a inflação verde e finalizou a apresentação pontuando sobre o custo de rolagem de dívida global e aperto de liquidez.

Por Fernanda Trisotto

Estadão Conteúdo

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