A recuperação de campos maduros e áreas marginais na bacia de Campos aumentou a produção da região em 45% entre 2022 e 2023, atingindo 700 mil barris por dia (bpd) no ano passado, contra 480 mil bpd um ano antes, informa a 9ª edição do Anuário do Petróleo no Rio, levantamento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) que será lançado na terça-feira, 13.
“A aplicação de soluções para a melhoria do fator de recuperação e produtividade desses campos maduros e marginais fez com que, em um período de um ano e meio, a produção da bacia de Campos aumentasse na ordem de 220 mil barris/dia, equivalente a uma plataforma grande de petróleo a ser instalada no pré-sal na bacia de Santos”, destaca a gerente-geral de Petróleo, Gás, Energias e Naval da Firjan, Karine Fragoso.
Já a produção total de petróleo do País segue em crescimento, embora tenha diminuído o ritmo em relação ao ano anterior. No primeiro semestre de 2024, a produção nacional do energético se manteve praticamente estável em relação à média anual de 2023.
“Esse cenário de estabilidade é resultado de paradas programadas em campos do pré-sal, variações naturais dos níveis de produção e ações direcionadas para a revitalização de campos maduros, que chegaram a acumular queda de 330 mil barris/dia entre janeiro e abril”, segundo o Anuário.
Mesmo sendo o Estado onde estão os principais campos afetados no primeiro semestre, o Rio de Janeiro se manteve na liderança da produção no País, revela o estudo, alcançando patamares médios próximos aos 3 milhões de bpd, o que representa 86% dos volumes produzidos no País.
“Com o contínuo amadurecimento das bacias petrolíferas em águas fluminenses, manter o patamar produtivo e expandir ainda mais o potencial do País e do Estado é certamente um desafio para os próximos anos”, afirma o vice-presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.
Ele destaca que apesar do cenário de descarbonização da economia o papel do petróleo no futuro significa desenvolvimento econômico dos países e mais adição de energia. “O produto continuará tendo o seu papel, a questão é como congregar isso com a descarbonização, com soluções de captura e armazenamento de carbono”, ressalta.
Ainda segundo o estudo, os números atualizados referentes às reservas provadas cresceram em 2023 em relação ao ano anterior. O Rio, por exemplo, expandiu seus volumes em 9%, alcançando 13,6 bilhões de barris. Já os volumes nacionais cresceram 7%, alcançando 15,9 bilhões de barris. A representatividade estadual de reservas provadas manteve o patamar produtivo, cerca de 86% do total nacional.
Quanto à localização da produção nacional, os campos marítimos continuam em destaque, concentrando em torno de 95% dos volumes produzidos em 2024. A região do pré-sal responde por mais de 75% dos volumes, enquanto o pós-sal atinge pouco mais de 20%, porcentual ainda bastante relevante ao considerarmos se tratar de uma região madura, com histórico produtivo de mais de 40 anos.
Por Denise Luna
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