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Fup critica dividendos e redução de Capex no 1º balanço da Petrobras sob gestão de Magda

A Federação Única dos Petroleiros (Fup) criticou o pagamento “exagerado” de dividendos pela Petrobras referentes ao segundo trimestre do ano e a redução do Capex, principalmente por ter atingido o core business da empresa, a área de Exploração e Produção.

Em nota divulgada hoje, um dia depois da estatal ter divulgado prejuízo de R$ 2,6 bilhões no período, por fatores não recorrentes, e mesmo assim ter distribuído proventos aos acionistas, o coordenador da Fup, Deyvid Bacelar, disse que a entidade sindical está atenta aos caminhos que serão seguidos pela gestão da presidente Magda Chambriard.

Estes foram os primeiros resultados anunciados pela administração de Chambriard, há menos de dois meses no cargo, observou.

Segundo Bacelar, a grande preocupação da Fup é pela redução entre 21,6% e 27,0% do volume de investimentos para o ano de 2024, sobretudo em exploração e produção (E&P), e a manutenção de pagamento de dividendos, “em mesmos patamares observados desde o segundo semestre de 2023, com Jean Paul Prates na presidência da companhia”, ressaltou.

“Chama a atenção que, mesmo diante do prejuízo no segundo trimestre do ano, mantiveram os dividendos elevados e, para garantir o pagamento, lançaram mão de reservas estatutárias de remuneração de capital. Mais uma vez, a companhia garantiu robusta remuneração aos seus acionistas, um total de R$ 13,6 bilhões no segundo trimestre de 2024”, observou Bacelar.

Ele ponderou, contudo, que, como Chambriard tem pouco tempo à frente da presidência da empresa, a Fup tem a expectativa de que haja mudança em relação à política de dividendos. No primeiro semestre do ano, a Petrobras já distribuiu R$ 27 bilhões em dividendos, valor 31% superior ao lucro líquido registrado no período (R$ 20,6 bilhões).

“É preciso definir claramente o destino da renda petroleira. Se ela vai para investimentos ou para pagar dividendos robustos a acionistas, sobretudo privados e internacionais”, afirmou o dirigente sindical.

Para Bacelar, os acordos tributários, que tiveram impactos sobre os resultados da companhia, foram importantes, pois, além de limparem pendências com a União, podem ajudar na corrida do governo federal em reduzir o déficit fiscal.

Ele destacou, porém, a necessidade de investimentos em E&P para a exploração da Margem Equatorial, Bacia Leste, Bacia de Pelotas, entre outros.
“Precisamos de reposição de reservas, até porque a produção do pré-sal começa a cair a partir de 2030, segundo os especialistas”, destacou.

Por Denise Luna

Estadão Conteúdo

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