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UE não abandonará política ambiental atual, mas a readequará, diz vice-presidente da Abag

O vice-presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Ingo Plöger, avaliou que a Europa não irá abandonar as diretrizes da sua política ambiental, mas afirmou que haverá uma readequação que afetará as relações comerciais, com a suavização de exigências a mercados que exportam para nações do Velho Continente, como o Brasil.

Em entrevista durante o Congresso da Abag, nesta segunda-feira, 5, em São Paulo, Plögler enfatizou a necessidade de compreender o contexto político europeu, especialmente com o resultado das eleições parlamentares, em que os ambientalistas perderam espaço e a extrema direita avançou. “Uma onda mais conservadora significa que eles vão mexer nesse tema, porque é como o remédio: quando você não toma, você tem um problema; se você toma demais, você tem outro problema. Então, eles tomaram demais da dose ambiental”, disse.

Também no Congresso da Abag, o ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) Roberto Azevêdo sugeriu que, ao invés de negar as medidas propostas pela Europa, o Brasil deve oferecer alternativas: “Em vez de apontarmos para a deficiência do que os outros estão fazendo ou propondo, por que nós não apresentamos o que temos a oferecer?”, questionou. Plögler também mencionou o potencial do Brasil no mercado de biocombustíveis da Europa, especificamente por meio do combustível sustentável para aviação (SAF, na sigla em inglês). “O Brasil é uma opção forte para trabalhar o tema SAF, que é um biocombustível. A Europa não quer nem ouvir falar em biocombustível… Mas SAF, eles aceitam”, comentou,

O vice-presidente da Abag também ressaltou que a construção de alianças diferenciadas é essencial para avançar nas negociações comerciais e ambientais. “Temos avenidas pela frente. Não vamos bater, vamos conversar,” comentou Plöger.

Azevêdo, por sua vez, destacou a importância de alinhar as agendas ambientais de maneira que sejam compatíveis com a realidade brasileira: “Nós abraçamos essa agenda e queremos contribuir para essa agenda, mas o receituário que está vindo não é compatível com a nossa realidade e nos impede de participar da maneira mais produtiva possível.”

Por Leandro Silveira

Estadão Conteúdo

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