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Brasileira é eleita para comandar órgão da ONU que administra exploração mineral em alto-mar

A brasileira Leticia Carvalho foi eleita secretária-geral da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA), organismo da ONU com sede na Jamaica que congrega países signatários da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e administra a exploração dos recursos minerais da parte internacional dos oceanos.

Carvalho é oceanógrafa e atualmente coordena o Ramo Marinho e Água Doce no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), em Nairóbi.

Em nota, o Itamaraty destacou que ela será a primeira mulher, cientista e latino-americana a ocupar o cargo. Seu mandato está previsto pelo período de 2025 a 2028.

A eleição ocorreu durante a 29ª Assembleia da ISA, realizada em Kingston, na Jamaica.

“O Secretariado da ISA felicita a Sra. Carvalho e espera trabalhar com ela no futuro para promover nossos objetivos compartilhados e garantir que o fundo do mar profundo seja regulamentado e protegido para o benefício de toda a humanidade”, escreveu o organismo em nota em que comunica a eleição da brasileira.

A escolha de Carvalho ocorre em um cenário de aumento do interesse de diversos países pela mineração em alto-mar, enquanto cientistas marinhos alertam sobre danos ecológicos que essa atividade pode provocar.

A brasileira disputou a vaga com o atual secretário-geral, o advogado britânico Michael Lodge. A candidata brasileira recebeu 79 votos de um total de 113, informou o Itamaraty.

Segundo reportagem no jornal The Guardian, Lodge é visto como um secretário-geral que apoia excessivamente as corporações que desejam expandir a mineração em alto-mar.

Na nota da ISA, o secretariado do organismo expressou “gratidão e reconhecimento” a Lodge por sua “liderança transformadora e serviço dedicado a serviço da ISA, dos Estados-Membros e da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar por mais de 30 anos”.

Segundo o organismo, foi sob a administração de Lodge que a entidade realizou avanços significativos na promoção da boa governança e transparência, melhorou o desempenho organizacional e forneceu os fundamentos para a gestão sustentável dos recursos minerais do fundo do mar, inclusive por meio do avanço da pesquisa científica na área do fundo do mar profundo.

Por Luciana Collet, do Broadcast

Estadão Conteúdo

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