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G20: Países ricos devem liderar corrida em mudança de modelo de desenvolvimento, diz Marina

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, reiterou nesta quarta-feira, 24, a cobrança para que os países ricos liderem a corrida do enfrentamento às mudanças climáticas, com mudanças no modelo de desenvolvimento e ajuda financeira a países de renda média baixa, mas reiterou que a tarefa é comum a todas as nações.

Segundo a ministra, de sua parte, o Brasil tem como obrigação liderar essa discussão, o que tem feito na presidência temporária do G20.

“Os países ricos devem liderar a corrida em mudanças do modelo de desenvolvimento. Mas todos têm responsabilidade. Nenhum de nós está isento dessa responsabilidade. Devemos olhar para aqueles que contribuíram menos para o problema, mas têm as comunidades mais afetadas”, disse Marina.

A ministra discursou na abertura do evento “COP28-G20 Brazil Finance Track Event: Tornando o financiamento sustentável disponível e acessível”, que ocorre em um hotel na orla de Copacabana, no Rio, na véspera das reuniões ministeriais do grupo das 20 maiores economias do globo (G20).

Marina reclamou que o mundo segue gastando de US$ 4 trilhões a US$ 6 trilhões anuais com finalidades contrárias àquelas que se quer alcançar e se mostra incapaz de alocar US$ 100 bilhões no fundo para ajudar no enfrentamento a mudanças climáticas e na transição energética de países de renda média baixa que foi acordado durante a COP28, nos Emirados Árabes Unidos no fim de 2023. A ministra criticava, indiretamente, os gastos globais com armamentos, por exemplo.

Marina lembrou o papel do G20 nisso, uma vez que o bloco reúne 80% dos recursos financeiros do planeta e, ao mesmo tempo, é responsável por 80% das emissões de carbono globais.

Ao citar a crise climática em curso, ela citou as enchentes no Rio Grande do Sul, os incêndios no Pantanal e a seca que afeta os rios Solimões e Madeira, levando problemas no abastecimento das regiões banhadas por ambos.

“Já passou o tempo de ficarmos cobrando uns dos outros quem faz mais e quem faz menos. É momento de ouvir o que a ciência e o bom senso cobram de cada um de nós, de olhar para uma transição justa e responsável. Os países em desenvolvimento precisam de ajuda e países desenvolvidos devem liderar essa corrida”, disse.

Segundo Marina, esforços locais, conforme pregado na Rio92, devem se converter em esforços globais, o que passa por maior financiamento.

“E concordo plenamente que não serão apenas recursos públicos. Precisamos de esforços para que recursos públicos possam catalisar os recursos privados”, disse ao fim da fala.

Por Gabriel Vasconcelos e Célia Froufe, enviada especial

Estadão Conteúdo

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