A Embraer estima que dever receber 10,5 mil pedidos de jatos e turboélices no segmento de até 150 assentos nos próximos 20 anos. O valor das encomendas somaria US$ 640 bilhões, com a América do Norte e Ásia-Pacífico liderando as entregas. As perspectivas de mercado (Market Outlook) foram apresentadas pela fabricante nesta terça-feira, 23, durante a Farnborough Airshow, no Reino Unido.
A empresa avalia que a importância da categoria de fuselagem estreita pequena (small narrowbody) tem crescido, porque aviões maiores nem sempre são economicamente ou operacionalmente ideais para mercados de média e baixa densidade. Com isso, frotas com aeronaves maiores são beneficiadas quando complementadas por small narrowbodies no segmento abaixo de 150 assentos, segundo a Embraer.
“As companhias estão adicionando capacidade em grandes mercados, mas as cidades menores ainda precisam permanecer bem conectadas às malhas aéreas com voos frequentes. Acreditamos que aeronaves no segmento abaixo de 150 assentos sejam as mais eficientes e econômicas para atender a essa necessidade”, afirma o presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial, Arjan Meijer.
Tráfego de passageiros
O market outlook destaca ainda que o tráfego mundial de passageiros, medido em receita por passageiros por quilômetros (RPK), retomou aos níveis de 2019, exceto na região Ásia-Pacífico/China. A previsão é de que os RPKs cresçam 4% anualmente até 2043, com destaque para os mercados emergentes.
A América Latina deve registrar a segunda maior taxa: 4,9%, atrás apenas da Ásia-Pacífico, com 5%. A África e Oriente Médio também devem puxar os números, somando um patamar de crescimento de 4,4% ao ano cada. Com o mercado de aviação mais desenvolvido, Europa e América do Norte apresentam projeções mais tímidas: 3,3% e 2,4%, respectivamente.
Distribuição da demanda
Das 10,5 mil unidades previstas até 2043, 8.470 serão jatos e 2.030 turboélices. A América do Norte deve absorver cerca de 31% do total de jatos. Na sequência, aparecem China/Ásia Pacífico, com 26,7%, Europa (24,9%), América Latina (9,1%), África (4,5%) e Oriente Médio (4%).
Já as entregas de turboélices devem ser lideradas pela China/Ásia Pacífico somando 48,3% do total. A participação da América do Norte é prevista em 17,2% e da Europa, em 14,3%. As últimas colocadas são África (10,8%), América Latina (7,9%) e Oriente Médio (1,5%).
Por Elisa Calmon
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