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Ibovespa inicia semana em leve alta de 0,19%, aos 127,8 mil pontos

O Ibovespa iniciou a semana em leve alta, vindo de perdas nas duas sessões anteriores que o tinham retirado de 129 mil para 127 mil pontos. Nesta segunda, 22, o índice da B3 oscilou dos 127.455,86, na mínima do dia, até os 128.150,97 pontos, na máxima, e encerrou em alta de 0,19%, aos 127.859,63 pontos, com giro a R$ 17,1 bilhões na sessão. No mês, o Ibovespa acumula ganho de 3,19%, ainda com perda a 4,71% no ano.

Mesmo com as grandes ações de commodities na defensiva – com o dólar em baixa no exterior, assim como o minério e o petróleo -, outros segmentos da B3, como o financeiro, o de consumo e o de utilities, garantiram o sinal positivo do Ibovespa nesta segunda-feira. Hoje, o dólar à vista cedeu 0,60%, a R$ 5,5701, e a curva de juros doméstica também se retraiu, apesar do avanço dos rendimentos dos Treasuries. O dia também foi de progressão para os índices de ações em Nova York, com destaque, no fechamento, para o Nasdaq (+1,58%).

Entre as blue chips da B3, o encerramento foi negativo para Petrobras (ON -1,53%, PN -1,99%) e Vale (ON -0,11%) e misto para os grandes bancos, com Santander (Unit -0,28%) e Itaú (PN – 0,06%) em leve baixa no fechamento – destaque pata alta de 1,12% em Bradesco PN e de 0,70%, na ON. Na ponta ganhadora do Ibovespa, Carrefour (+4,39%), Lwsa (também +4,39%) e Multiplan (+3,98%). No lado oposto, Embraer (-7,03%), Pão de Açúcar (-3,44%) e Magazine Luiza(-1,91%), além de Petrobras PN.

“O índice de small caps que reúne ações de menor capitalização de mercado andou bem mais do que o Ibovespa, em reflexo da queda na curva de juros, maior na ponta longa do que na curta – o que mostra percepção mais favorável sobre a perspectiva fiscal, na medida em que a ponta longa embute mais prêmios com relação às contas públicas e o efeito que têm sobre os juros”, diz Diego Faust, operador de renda variável da Manchester Investimentos. “O Executivo parece agora mais alinhado quanto a corte de gastos”, acrescenta.

O JPMorgan avalia que o congelamento de R$ 15 bilhões nas contas públicas, anunciado na semana passada pelo Ministério da Fazenda, e o detalhamento dessas medidas – que contemplam R$ 11,2 bilhões em bloqueio e R$ 3,8 bilhões em contingenciamento – podem ajudar a reduzir o risco associado à gestão fiscal. O cenário-base do banco, porém, é de não cumprimento da meta de déficit zero, atrelado ao ritmo de crescimento das despesas, reporta a jornalista Gabriela Jucá, do Broadcast.

“O Ibovespa chegou a acentuar um pouco a alta à tarde, buscando as máximas do dia. A desistência do presidente Joe Biden de concorrer à reeleição nos Estados Unidos era algo que vinha sendo amplamente monitorado nos últimos dias, e de alguma forma já estava nos preços dos ativos. Mas, de qualquer forma, trouxe certo alívio, com queda no dólar lá fora e recuo no DI, por aqui”, diz Thiago Pedroso, responsável pela área de renda variável da Criteria.

No quadro doméstico, ele destaca também o efeito da entrevista coletiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à imprensa estrangeira, hoje, em que afirmou que congelamentos de recursos serão feitos pelo governo sempre que necessário, o que corrobora sinais recentes, mais favoráveis, sobre a condução das contas públicas no País.

Por Luís Eduardo Leal

Estadão Conteúdo

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