O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou nesta quinta-feira, 18, que a desinflação nos Estados Unidos vem surpreendendo positivamente e aumenta a chance de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) a partir de setembro. Na América Latina, segundo ele, há também um movimento de desinflação, mas não linear.
No cenário econômico internacional, Mello pontuou que permanece um crescimento resiliente no curto prazo, tanto nos países centrais quanto emergentes. Ele destacou ainda uma inflação gradualmente em queda, apesar de ainda resistente em alguns países, especialmente no setor de serviços.
Mello citou, por outro lado, que ainda há riscos globais para a inflação, seja por fatores geopolíticos ou por processos eleitorais. A SPE, segundo ele, continua monitorando o gargalo nos fretes internacionais e os eventos climáticos decorrentes da La Niña.
Na China, segundo o secretário, tem sido registrado um processo de desaceleração no crescimento, explicado principalmente pela dinâmica interna, com crise no mercado imobiliário.
Na América Latina, ele explicou que a desinflação não linear se deve em grande medida às pressões exercidas pelas desvalorizações cambiais nos países, ligadas à valorização do dólar e ao aumento nas taxas de juros nas nações centrais. O movimento na taxa de câmbio no Japão, de acordo com Mello, também contamina o cenário.
Por Giordanna Neves e Amanda Pupo
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