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Moedas globais: dólar recua ante rivais, com Powell, BCE e intervenção no iene no radar

O dólar operou em baixa ante a maioria dos rivais hoje, em uma dia de declarações importantes de dirigentes, incluindo os presidentes do Federal Reserve (Fed) e Banco Central Europeu (BCE) e da publicação de dados de inflação na zona do euro. No Japão, seguiu no radar uma eventual intervenção cambial diante da contínua queda do iene ante o dólar.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caia a 161,46 ienes, o euro avançava a US$ 1,0747 e a libra tinha alta a US$ 1,2686. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou queda de 0,17%, a 105,722 pontos.

O BCE provavelmente deixará seus juros inalterados na reunião de 18 de julho, após os últimos dados da inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro, segundo a Capital Economics. A consultoria lembra que, embora o CPI anual do bloco tenha desacelerado de 2,6% em maio para 2,5% em junho, o núcleo do CPI permaneceu em 2,9% e a inflação de serviços também ficou inalterada, em 4,1%, ambos acima do esperado.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou que as projeções e dados mais recentes permitiram que a instituição cortasse os juros em 25 pontos-base em sua última reunião, mas renovou o alerta de que esse processo de relaxamento “não é linear”. No mesmo painel, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou hoje que a inflação nos Estados Unidos e os riscos para ela se mostram mais equilibrados, mas renovou a declaração de que ainda é preciso haver mais confiança na trajetória, antes de decidir por cortar juros.

Segundo a Reuters, o ministro das Finanças do Japão, Shunichi Suzuki, adotou uma postura cautelosa ao abordar a recente queda do iene para mínimas de 38 anos em relação ao dólar, omitindo os tradicionais avisos de intervenção, em meio a dúvidas sobre a eficácia dessas medidas para conter os declínios abruptos da moeda. Neste cenário, a Bloomberg apontou que o vice-ministro de Finanças do Japão, Masato Kanda, alertou hoje que o aumento nos rendimentos de títulos japoneses (JGBs) pode prejudicar os ratings soberanos do país. Para a Capital Economics, o iene ainda está pronto para uma grande recuperação quando o Fed flexibilizar sua política. “Apesar da depreciação contínua do iene até agora neste ano, ainda esperamos que ele se recupere em relação ao dólar, apoiado por sua avaliação relativamente baixa”, avalia

Enquanto isso, a pressão sobre o dólar segue no mercado paralelo da Argentina, diante da cautela com uma eventual desvalorização cambial no país, que vem sendo pressionada por alguns setores, na sequência de anúncios do governo e após a aprovação pelo Congresso da Lei de Bases. Segundo levantamento do Ámbito, o dólar blue chegou a ser cotado em 1430 pesos ao longo do dia.

Por Matheus Andrade, especial para o Broadcast

Estadão Conteúdo

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