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Grano Alimentos capta R$ 70 milhões via CRA Social, em parceria com Itaú BBA

A Grano Alimentos anunciou a captação de R$ 70 milhões por meio de Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) rotulado como Social. A captação – a primeira emissão no mercado de capitais realizada pela empresa de vegetais congelados de Serafina Corrêa (RS) – foi coordenada pelo Itaú BBA. O prazo para aplicação do montante é de até dois anos e meio, e para pagamento é de cinco anos, disse o CFO da Grano, Wilrobson Bassiano.

O processo para o CRA foi acelerado pela resolução 5.118 do Conselho Monetário Nacional (CMN), do início de março, que restringiu às empresas ligadas ao agro o lançamento de CRAs, completou.

Segundo o executivo, o valor vem para reforçar o compromisso da companhia com agricultores familiares, que representam 92% dos parceiros da Grano e estão distribuídos em mais de 30 municípios gaúchos. Um valor equivalente será destinado ao fomento da agricultura familiar ou de produtores que tenham sido atingidos pelos eventos climáticos extremos no Rio Grande do Sul, disse o executivo.

A diretora de sustentabilidade do grupo, Michele Nascimento, estima que mais de 80% dessa cadeia tenha sido afetada de alguma forma pela tragédia. Apesar de o mapeamento ainda estar em andamento, a projeção é de que alguns agricultores tenham tido perdas de 20% a 30% em produtividade. “Os produtores pequenos foram menos afetados, também por orientação de atrasar o plantio por influência do El Niño”, disse ela, ressaltando que a empresa oferece assistência técnica para esses produtores.

“Quando você vê a questão financeira, a perda não foi grande”, pontuou o CFO, acrescentando ainda que a empresa postergou pagamentos e deve aumentar a área plantada de primeira para segunda safra em 15%. O carro-chefe da Grano Alimentos é o brócolis congelado, produto que representa 50% das vendas.

A expectativa é de que, com o montante, a empresa consiga aumentar o faturamento anual de R$ 250 milhões, valor de 2023, para R$ 350 milhões em 2024, devido aos R$ 70 milhões sendo aplicados no campo. Além da fábrica em Serafina Corrêa, a Grano também tem um centro de distribuição terceirizado em Farroupilha (RS) e na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).

A empresa, que também é líder de mercado com market share de 42%, ainda estima começar a exportar para os Estados Unidos a partir de 2025. Hoje, as exportações são para países da América do Sul. Apesar da importância em vender para fora, ainda é um objetivo aumentar o consumo de vegetais congelados dentro do País. “Tudo começa no campo, então, se a gente vai aumentar o volume de vendas, temos que aumentar o volume de plantio”, concluiu o CFO.

Por Audryn Karolyne

Estadão Conteúdo

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