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Silveira diz que não quis e não quer indicar ‘nem um faxineiro’ na governança da Petrobras

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, voltou a reforçar nesta quarta-feira, 19, que não há interferência do governo Lula na governança da Petrobras. Em audiência na Comissão de Minas e Energia na Câmara, ele declarou que a defesa da agenda do governo é direcionada para o Conselho de Administração da empresa, com representantes da União.

“Eu não quis e não quero indicar nem um faxineiro na governança (da Petrobras). Nem um gerente, diretor, ou presidente, exatamente para que o ministro de Estado tenha sua independência para poder fiscalizar a gestão da empresa”, disse Silveira.

Em falas públicas, o ministro tem argumentado com recorrência que é dever da Petrobras manter a atratividade para investidores nacionais e estrangeiros, com alinhamento da atuação “estratégica” da empresa na cadeia produtiva de combustíveis.

No fim de maio, Silveira mencionou que a nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, assumiu o comando sabendo da agenda de investimentos da empresa. O plano referente ao período de 2024 a 2028 tem previsão de investimentos na casa de US$ 102 bilhões.

Margem Equatorial

Na mesma audiência nesta quarta-feira, o ministro de Minas e Energia voltou a pedir celeridade no processo de licenciamento do Ibama à exploração de petróleo em águas profundas na Margem Equatorial, especificamente a perfuração do bloco FZA-M-59, a cerca de 500 km da foz do Rio Amazonas.

O coordenador-geral de mudanças do clima do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Thiago Longo, já disse que uma decisão do Ibama não deve acontecer antes da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), marcada para novembro de 2025, em Belém.

“Nós temos de avançar e ter um diagnóstico (sobre a exploração na Margem Equatorial)”, avaliou. “O petróleo ainda é uma fonte energética fundamental, no Brasil em especial”, acrescentou.

O ministro também voltou a mencionar que a Petrobras “deve sempre” ser atrativa aos investidores nacionais e internacionais, assim como ter uma “governança independente e transparente”.

Em outra fala pública, na semana passada, Silveira declarou que o governo tem “consciência” que recursos de investidores “dão fôlego” para a empresa e possibilitam investimentos defendidos pelo Executivo.

Na audiência da manhã desta quarta-feira, ele declarou que os brasileiros “já pagaram”, por meio de subsídios embutidos na conta de luz, para o protagonismo do País na transição energética. Agora o esforço, segundo ele, seria “equalizar o máximo possível para ter uma tarifa justa no Brasil”.

Por Renan Monteiro

Estadão Conteúdo

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