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A5X levanta R$ 200 milhões para lançar bolsa de derivativos e operar a partir de 2026

Após gestação de 12 meses, a A5X, empresa criada por ex-sócios da XP e por Nilson Monteiro, presidente da corretora Ideal, se apresenta ao mercado com a promessa de abrir uma bolsa focada em derivativos e futuros a partir de 2026. A A5X começa com um capital de R$ 200 milhões, levantados junto a investidores em duas rodadas de captação, os quais são mantidos em confidencialidade.

“É o capital suficiente para desenvolver a infraestrutura e tecnologia internamente e por meio de parcerias, assim como contratações e até operar no primeiro ano da bolsa”, diz Karel Luketic, ex-sócio e ex-diretor executivo da XP.

Além da experiência que os executivos têm nas áreas de derivativos e futuros, a leitura é de que existe uma demanda não atendida, por exemplo, no mercado de opções de câmbio. De acordo com os executivos, há concentração em três contratos (juro, dólar e índice Bovespa) e uma lacuna em outros segmentos. “A demanda está sendo exportada”, afirma Monteiro, da Ideal que entrou no negócio como pessoa física.

A A5X entra na lista de empresas que se posicionam para competir diretamente ou em segmentos de negócios da B3. As outras companhias são a ATG, da gestora de Abu Dabhi Mubadala; a registradora CSD, que tem Santander, BTG Pactual e a bolsa de Chicago (CBOE) como investidores, e a Núclea, registradora dos grandes bancos com 90% do mercado de cartões.

Carlos Ferreira, que foi sócio controlador da XP, diz que a evolução tecnológica tem sido um dos principais pilares para a construção de estratégias de entrada no mercado de bolsa e concorrência com um incumbente, a B3. “Se essa mesma ideia tivesse surgido há dez anos, talvez fôssemos nos frustrar”, afirma. Ele diz também que a resolução 135 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que dispõe sobre o funcionamento dos mercados regulados, contribuiu para essa efervescência no mercado de Bolsa brasileiro.

“Nos últimos 20 anos, vimos muita evolução no ambiente concorrencial do mercado financeiro, com exceção da Bolsa, que na verdade se consolidou, com a união da BM&F, Bovespa e Cetip”, afirma Ferreira. Ele lembra que a B3 tem uma grande infraestrutura, o que não é mais um espelho do que acontece no exterior, onde várias operam de forma mais leve e enxuta. “Nossa intenção é ser uma dessas empresas, enxuta”, disse Ferreira.

Para Ferreira, a grande concorrência dos novos entrantes acontece em relação à B3. Entre eles, segundo o empresário, as oportunidades se abrem. “Cada um está buscando um segmento e há mercado para todos; é uma oportunidade de parceria no futuro”, acrescenta.

Por Cynthia Decloedt

Estadão Conteúdo

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