Faltando praticamente apenas a decisão dos trabalhadores de Furnas Regional, assembleias realizadas nesta terça-feira, 4, por todo o País rejeitaram a proposta da Eletrobras para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024/26, com indicação de greve a partir do próximo dia 10 e de pedido para mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), informou o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE).
Segundo o CNE, além de Furnas Regional (subestações e usinas que estão em Minas Gerais e Goiás), pequenos sindicatos ainda poderão votar a proposta da companhia, mas a rejeição já é dada como certa.
“Bases de Furnas, Chesf, Eletronorte e CGT Eletrosul, aprovaram o encaminhamento do Coletivo no dia de hoje. As sedes de Furnas e Eletrobras deliberaram no mesmo sentido”, disse em nota o CNE.
No caso do Rio de Janeiro, que é a maior base de empregados da Eletrobras, 94% dos 470 empregados presentes votaram pela rejeição da proposta da empresa.
Para tentar aprovar o acordo, a Eletrobras retirou da mesa de negociações o corte de salários para quem ganha menos de R$ 16 mil, e está acenando com um abono salarial até a próxima sexta-feira, 7, para quem aceitar a proposta.
“Os sindicatos entendem que a proposta ainda é muito ruim, pois retira uma série de benefícios históricos, divide a categoria, abre espaço para muitas demissões, além de trazer diversas incertezas e possíveis ilegalidades”, afirmou o CNE.
Na proposta final, apresentada pela Eletrobras na última reunião, na quinta-feira, 23, a empresa manteve o corte para quem ganha acima de R$ 16 mil, mas por meio de negociações individuais. A data de vigência do ACT atual será no dia 31 de maio, sem prorrogação, afirmou a Eletrobras no documento.
Os salários atuais para quem ganha mais de R$ 6 mil não terão reajuste por dois anos, e quem ganha abaixo disso receberá 100% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), também durante a vigência do ACT 2024/25. Os benefícios recebidos pelos empregados também não terão reajustes.
O CNE acusa a empresa de fazer pressão sobre os empregados para aprovação do acordo, com o pagamento do abono de R$ 9 mil até sexta-feira, enquanto as perdas com o novo ACT, em dois anos, seriam de R$ 51 mil, em média, para cada trabalhador.
Por Denise Luna
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