Categories: Economia

Sem crédito de R$ 15,7 bi, bloqueio no Orçamento passaria de de R$ 2,9 bi para R$ 13,3 bi

Sem a abertura de crédito de R$ 15,7 bilhões este mês, autorizada pelo “jabuti” (matéria estranha ao texto principal) no projeto de lei que cria um seguro nos moldes do antigo DPVAT, o bloqueio no Orçamento passaria de R$ 2,9 bilhões para R$ 13,3 bilhões. A informação foi divulgada nesta quarta-feira pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento, no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do 2º bimestre.

O projeto do DPVAT foi sancionado na semana passada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pelo texto do arcabouço fiscal, essa autorização de recursos extras só seria feita depois de maio. O governo, no entanto, decidiu antecipar para aproveitar o bom desempenho das receitas neste começo de ano, porque a arrecadação no segundo semestre é mais incerta.

Pelas regras do arcabouço, essa abertura de crédito pode ocorrer desde que observado o crescimento real da receita líquida ajustada, a meta de resultado primário e o limite de crescimento real (acima da inflação) da despesa de 2,5%.

No Orçamento, o Executivo previu um crescimento de 1,7% das despesas este ano – a diferença para o teto é cerca de R$ 15,7 bilhões.

O documento também trouxe dados sobre a abertura de créditos extraordinários para atender o Rio Grande do Sul em meio às tragédias registradas no Estado. Os recursos somam R$ 12,9 bilhões e estão distribuídos em 11 ministérios.

Parâmetros

Com as mudanças macroeconômicas dos últimos dois meses no Brasil e no exterior, os parâmetros usados pelas Pastas se alteraram, com alguns deles ficando acima das projeções que constavam na Lei Orçamentária Anual (LOA). Foi o que aconteceu no caso da Selic, por exemplo, depois que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu reduzir o ritmo de corte do juro de 0,50 ponto porcentual para 0,25pp.

Na LOA, o parâmetro para o acumulado do ano era de 9,80%, passando para 9,63% na avaliação do primeiro bimestre e agora está em 10,46%.

O mesmo ocorreu com a taxa de câmbio média, que estava em R$ 5,03 na LOA, baixou para R$ 4,94 há dois meses e agora está em R$ 5,04. O preço médio do barril de petróleo apresentou o mesmo tipo de oscilação: US$ 82,34 para US$ 80,70 e atualmente está em US$ 82,65. No caso da massa salarial nominal, os valores nos três casos ao longo do tempo são de previsão de alta de 8,45%, 9,84% e 10,46%.

Por Fernanda Trisotto, Amanda Pupo, Célia Froufe e Giordanna Neves

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Latam amplia em 12% voos no Brasil em 2025, com quatro novas rotas domésticas

A Latam vai operar 348 voos domésticos por dia no Brasil em 2025, 12% a…

7 horas ago

ANP aprova acordo de cooperação com Serpro no âmbito do RenovaBio

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou um acordo de cooperação…

7 horas ago

Correção: Lula faz evento para tornar oficial programa de repactuações de rodovias

A matéria publicada anteriormente continha uma incorreção sobre a nome da concessionária do trecho da…

9 horas ago

Brasil vive momento histórico sobre concessões, com melhor entendimento público, diz Lula

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o País vive um…

11 horas ago

Renan Filho: governo analisa 4 repactuações de rodovias, encaminhou 8 para o TCU e reprovou 2

O ministro dos Transportes, Renan Filho, apresentou o balanço dos trabalhos que compõem o "Programa…

12 horas ago

Claro lança oferta de celular para fisgar público que ainda não aderiu ao 5G

A Claro fechou parceria com a Motorola para lançar uma oferta de celular 5G com…

12 horas ago