Categories: Economia

Tebet fala em ‘decisão política’ ao defender agenda de corte de gastos

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou ao Estadão que o seu papel é o de deixar um amplo pacote de corte de gastos pronto para dar opções ao governo. Esse leque de medidas, segundo ela, “vai de A a Z” e é muito mais amplo do que apenas o debate sobre uma eventual desvinculação de benefícios previdenciários do reajuste do salário mínimo. Se o arsenal será ou não usado, aí a decisão “será política”, diz a ex-senadora.

“Até o final do ano, a minha equipe, junto com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), vai estudar, colocar no papel e fazer um levantamento oficial do impacto da vinculação do salário mínimo aos demais benefícios acima da inflação; do piso (constitucional da Saúde e Educação); e de outros programas. E, aí, vamos deixar o pacote pronto”, diz Tebet. “Vai ser usado? É uma decisão política. Não vai ser usado? Também é uma decisão política.”

A declaração de Tebet ocorre após fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, contra a proposta de desvinculação do reajuste das aposentadorias em relação à correção do mínimo. Ao Estadão/Broadcast, Haddad disse não ver “muito espaço” para a discussão no governo.

Segundo ele, o tema foi superado quando a pasta propôs, sem êxito, que a valorização do piso nacional fosse definida pelo avanço do PIB per capita. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva optou, porém, por uma fórmula com reajuste maior.

ARCABOUÇO

Como mostrou o Estadão no fim de abril, a projeção de gastos feita pela equipe econômica para os próximos anos mostra que o aumento de despesas obrigatórias, entre elas, os benefícios previdenciários e os pisos constitucionais de Saúde e Educação, vai pressionar cada vez mais o arcabouço fiscal – aprovado no ano passado.

De acordo com economistas, o governo terá de escolher entre o arcabouço e a manutenção dos gastos mínimos com as duas áreas – os quais têm regras que os fazem crescer num ritmo mais acelerado do que o limite do próprio arcabouço.

Questionado sobre a viabilidade dos pisos, Haddad foi na mesma linha de Tebet e disse que se trata de “decisão política”. Segundo ele, o governo terá mais clareza sobre o quanto essas despesas estão comprimindo as demais no fechamento da próxima peça orçamentária.

Outro item que está na lista de Tebet é o Fundo da Educação Básica (Fundeb), já que, de acordo com ela, os repasses aos municípios estão “aumentando demais”, sem que haja um desenho de melhora da política pública.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Bianca Lima

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Em SP, 185 cidades têm apenas 10% da verba necessária para bancar despesas

Dos 645 municípios de São Paulo, 185 demonstram total dependência dos repasses feitos pelos governos…

4 horas ago

Ex-diretora da Americanas se entrega em Lisboa e deve chegar ao Brasil nesta 2ª

A ex-diretora da Americanas Anna Christina Ramos Saicali, que chegou a ter a prisão preventiva…

5 horas ago

Afluência abaixo da média, La Niña e aversão a risco aquecem preços de energia

O baixo volume de chuvas, a perspectiva de formação do fenômeno La Niña e um…

16 horas ago

Executiva da Americanas promete se entregar; CEO é solto

Investigada por envolvimento em fraudes contábeis de R$ 25,3 bilhões na Americanas, a ex-diretora da…

18 horas ago

Sem Tarcísio e Nunes, Lula adia assinatura de contrato para expansão da linha 5 do metrô SP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse neste sábado, dia 29, durante evento…

1 dia ago

Chefes militares de golpe fracassado na Bolívia vão pa prisão de segurança máxima

O general boliviano Juan José Zúñiga, acusado de liderar um golpe fracassado no País, foi…

1 dia ago