A Bunge registrou lucro líquido de US$ 244 milhões (US$ 1,68 por ação) no primeiro trimestre de 2024, informou a empresa. O resultado representa uma redução de 61,4% ante lucro líquido de igual período do ano passado, de US$ 632 milhões (US$ 4,15 por ação).
Em base ajustada, o lucro líquido foi de US$ 3,04 por ação, ante US$ 3,26 obtido em igual intervalo de 2023. Mesmo mais baixo, o resultado ficou acima da expectativa de analistas consultados pela FactSet, que esperavam lucro líquido ajustado de US$ 2,53 por ação.
A receita ficou abaixo do esperado pelo mercado para o trimestre, alcançando US$ 13,417 bilhões neste ano, ante US$ 15,328 bilhões no 1º trimestre de 2023. Analistas esperavam um recuo menor, com receita de US$ 13,96 bilhões.
As vendas no segmento de agronegócio e no negócio de óleos refinados e especiais caíram apesar do aumento nos volumes. A empresa disse que os resultados mais elevados de processamento na unidade agro foram mais do que compensados por resultados mais baixos em merchandising, enquanto os resultados do segmento de óleos refinados e especiais caíram em relação a um trimestre particularmente forte do ano anterior.
O segmento de Agronegócio foi responsável pelo montante de US$ 9,74 bilhões em vendas líquidas, no primeiro trimestre, baixa de 10,25%, ante o faturamento de US$ 10,852 bilhões reportado em igual período de 2023.
A empresa ressaltou que o processamento mais elevado na Europa e na Ásia, juntamente com a compressão das cadeias de valor, foram parcialmente compensados por resultados mais baixos na América do Norte e do Sul.
As vendas da Divisão de Óleos Especiais e Refinados caíram 16,7% na comparação trimestral, de US$ 3,88 bilhões para US$ 3,24 bilhões. A Bunge destacou que resultados mais elevados na Europa foram mais do que compensados por resultados mais baixos na América do Norte e na Ásia, enquanto na América do Sul ficaram em linha com o ano passado.
A Divisão de Açúcar e Energia reportou vendas de US$ 43 milhões, abaixo dos US$ 64 milhões do primeiro trimestre do ano passado, com os preços mais baixos do etanol sendo compensados pelas altas em preço e volume do açúcar.
Em nota, o CEO da Bunge, Greg Heckman, afirmou que está satisfeito com os resultados do trimestre, que refletem a “forte execução de nossa equipe em um ambiente de mercado mais equilibrado”, disse. “Durante o trimestre, investimos ainda mais em nosso pipeline de projetos de crescimento e fizemos excelentes progressos no planejamento de integração para nossa combinação anunciada com a Viterra”, acrescentou.
Ele ressaltou, ainda, que apesar do início forte a “visibilidade limitada” para a segunda metade do ano continua.
Para o acumulado de 2024, a companhia espera um lucro ajustado por ação de US$ 9, “levando em consideração os resultados do primeiro trimestre e o atual ambiente de margem e curvas futuras”.
Em Agronegócios, a expectativa é de que os resultados do ano sejam semelhantes à previsão anterior e abaixo do ano anterior, “principalmente por causa de resultados mais baixos de processamento, onde as margens permanecem comprimidas na maioria das regiões”, afirmou em nota.
Em Óleos Refinados e Especiais, a empresa prevê resultados para o ano inteiro semelhantes à previsão anterior e abaixo do ano anterior que foi recorde, refletindo uma mudança no ambiente de fornecimento, especialmente nos EUA.
Na Moagem, os resultados para o ano inteiro são esperados para serem semelhantes à previsão anterior e acima do ano anterior. Já na parte chamada “Non-Core”, espera-se resultados abaixo do ano anterior na joint venture de açúcar e bioenergia, refletindo os preços mais baixos do etanol no Brasil.
Por Ana Ritti, com informações da Dow Jones Newswires
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