O dólar se ajustou de ganhos recentes e se desvalorizou ante as principais moedas do mundo, em meio a incertezas sobre os planos de bancos centrais na Europa, que impulsionaram principalmente o euro e a libra.
O índice DXY, que mede a moeda americana ante seis rivais fortes, fechou em baixa de 0,29%, aos 105,951 pontos. O dólar caía a 154,34 ienes por volta das 17h (de Brasília).
O analista de câmbio Joel Kruger, do LMAX Group, atribui o movimento a uma combinação de vários fatores, entre eles fatores técnicos, realização de lucros e risco de a inflação voltar a subir fora dos Estados Unidos.
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Reino Unido desacelerou em ritmo mais tímido que o esperado em março, segundo informou hoje a agência oficial de estatísticas do país. Assim, no fim da tarde em Nova York, a libra avançava a US$ 1,2452.
Apesar disso, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, reforçou expectativa pelo arrefecimento da inflação à frente, apesar de riscos relacionados ao conflito no Oriente Médio.
Do outro lado do Canal da Mancha, o euro avançava a US$ 1,0673. Na zona do euro, o CPI veio em linha com esperado no mês passado, em alta anual de 2,4%. O dado amplia a chance de um corte iminente de juros na região. Dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do BC da Alemanha, Joachim Nagel admitiu que é cada vez mais provável que as taxas básicas sejam cortadas na próxima reunião, em junho.
No âmbito das Reuniões de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), a presidente do BCE, Christine Lagarde, chamou atenção para o desempenho enfraquecido da atividade europeia, embora veja uma incipiente recuperação.
Para o Rabobank, as perspectivas econômicas ainda negativas no Velho Continente e incertezas fiscais no bloco podem colocar em xeque a resiliência exibida pelo euro recentemente. “Mantemos um alvo para o EUR/USD euro contra dólar de 1,05 e vemos riscos baixistas para essa visão”, afirma.
Por André Marinho
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